Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

BAIÃO CANAL - Jornal

BAIÃO CANAL - Jornal

Acidente com viatura da comitiva do ministro Eduardo Cabrita mata homem na A6

O acidente envolveu o veículo onde seguia a comitiva do ministro Eduardo Cabrita e a vitima mortal é um homem de 43 anos que se encontrava a trabalhar na manutenção da autoestrada.

Fonte do Comando Territorial de Évora da GNR explicou à agência Lusa que o acidente ocorreu "por volta das 13:00", na A6, no Alentejo, e vitimou um homem que estava a executar "trabalhos de manutenção" da autoestrada.

 

Baião | Estarão executados os trabalhos de limpeza obrigatória? Foto reportagem a sair brevemente...

O Despacho n.º 3403/2021 procede à identificação das freguesias prioritárias para a fiscalização da gestão de combustível.

No concelho de Baião, as freguesias prioritárias são as seguintes:

Lista de freguesias prioritárias: (ver documento original)

Mapa de freguesias prioritárias: (ver documento original)

Gove.
Grilo.
Loivos do Monte.
Santa Marinha do Zêzere.
União das Freguesias de Baião (Santa Leocádia) e Mesquinhata.
União das Freguesias de Campelo e Ovil.
União das Freguesias de Loivos da Ribeira e Tresouras.
União das Freguesias de Santa Cruz do Douro e São Tomé de Covelas.
União das Freguesias de Teixeira e Teixeiró.
Valadares.
Viariz

Campanha de limpeza de matos 2018 - Junta de Freguesia de Ponte

Despacho n.º 3403/2021

 Publicação: Diário da República n.º 62/2021, Série II de 2021-03-30
  •  Emissor:Administração Interna e Ambiente e Ação Climática - Gabinetes da Secretária de Estado da Administração Interna e do Secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território
  •  Tipo de Diploma:Despacho
  •  Parte:C - Governo e Administração direta e indireta do Estado
  •  Número:3403/2021
  •  Páginas:42 - 60
 Versão pdf: Descarregar 

ENXAMES |Terra Minha Jamais Esquecida (Poema de Benvinda Barbosa Pereira)

POESIA SOBRE BAIÃO

Escrito por Benvinda Barbosa Pereira 19/3 às 21:41

Terra Minha Jamais Esquecida

Pode ser uma imagem de estrada e texto que diz "ENXAMES O.P"Baião - Enxames - Santa Cruz do Douro

A minha terra fica a Norte de Portugal.

É única, pois não há outra igual.

Chama-se Enxames e pertence a Baião.

Como muita gente, acho-a a mais bonita então...

 

Tem no alto as curvas e contra curvas.

Pelo meio os socalcos com as suas uvas.

Que fazem o vinho do Porto tão apreciado.

Nos seus pés, os barcos Rebelos no Rio Douro, descansado.

 

É uma terra de escritores conhecidos.

Como o Professor António Mota e seus livros.

E o nosso inesquecível, Eça de Queirós.

A sua pousada é vizinha de meus avós.

 

Terra minha, a que só vou de visita.

Porque, de lá parti quando era pequenita.

Não havia trabalho, problema que persiste, por isso parti.

Recordações não tenho, de quando aí residi.

 

Da meninice e mocidade à idade actual e até morrer.

Das visitas aos familiares, essas nunca vou esquecer.

Às minhas filhas, a minha terra já fui mostrar.

Quando tiverem filhos, a minha história irão contar.

 

Já conheci e vivi noutras terras e noutras posso morar.

Terra minha, podem as pessoas morrer e as paisagens mudar.

Mas, terra minha, não é porque parti, que te vou esquecer.

Gosto de falar de ti e tenho orgulho, da terra que me viu nascer.

 

Autor: Benvinda Barbosa Pereira

Estudar e tirar um curso superior ainda compensa? Compensa sim e vou ajudar-te...

por José Pereira (zedebaiao.com), em 17.06.21Ze_2020.jpg

Nos dias de hoje, ouvimos muitas vezes a seguinte frase: “para quê tirares um curso, se vais acabar num emprego não qualificado ou no desemprego?” 

Contudo, é precisamente nos momentos de crise que mais faz sentido combater estes mitos e dar esperança às famílias e aos jovens, designadamente aos mais carenciados e menos informados, demonstrando-lhes que a Educação, o Ensino Superior, a Ciência e a Investigação, continuam a ser as melhores ferramentas para o bom desenvolvimento pessoal e profissional, para a empregabilidade, para o acesso e progresso profissional e, ainda, para a melhoria das condições laborais e salariais, sendo o conhecimento o valor mais precioso da humanidade e tendo este uma enorme utilidade e valor para as mais diversas áreas e profissões.

Assim, só através de uma informação rigorosa sobre os mais diversos benefícios da Educção e do Ensino Superior, seja antes, durante ou após as crises sociais, económicas ou de saúde pública, é que podemos combater os mitos que ainda subsistem.

E "estas dimensões podem e devem ser consideradas pelas famílias e mesmo pelas próprias instituições de ensino superior, até mesmo nas suas estratégias de comunicação e atração de alunos” (Estudo Benefícios do Ensino Superior).

satisfação com ensino superior.jpg

São muitas as vantagens que decorrem do prosseguimento dos estudos superiores e das qualificações profissionais, sejam de base académica, de qualificação e/ou de requalificação profissional ou até mesmo de desenvolvimento e de satisfação pessoal.

Ensino superior mais e melhores competências.jpg

E para o comprovar, passo a apresentar alguns dos factos e números que o comprovam:

  • Em cada 100 jovens da faixa etária da idade dita "normal" de acesso ao ensino superior (20 anos), apenas 40 por cada 100 jovens têm vindo a ingressar no ensino superior (MCTES), havendo a necessidade de reforçar a informação sobre os benefícios, não apenas para os mais jovens, mas também para os maiores de 23 anos, que podem ingressar no ensino superior por via do Regime dos Maiores de 23 anos;
  • Segundo dados recolhidos pela OCDE (2020), um maior nível de escolaridade aumenta a probabilidade de se estar empregado, sendo que:
    • Em média, nos países da OCDE, a taxa de emprego é de 61% para a generalidade dos cidadãos na faixa etária dos 25-34 anos sem ensino secundário, 78% para os que detêm o ensino secundário ou pós-secundário não-superior e 85% para aqueles que têm um curso superior.

Emprego no ensino superior OCDE.jpg

    • Em Portugal e na Europa, a compensação salarial para os que tiraram um curso superior é significativamente superior, quando comparada com os salários dos que têm o ensino secundário ou de nível inferior;
    • Em comparação com aqueles que terminam apenas o ensino secundários, os que terminaram o ensino superior apresentam uma taxa de emprego cerca de 10% superior (OCDE);
    • Ter frequentado a educação pós-secundária ou superior reduz o risco de desemprego;
  • Ensino superior taxa emprego 2017.jpg 

    • Em Portugal a compensação salarial atinge 85% dos trabalhadores com qualificação superior, recebendo estes o dobro do salário mínimo nacional e mantendo-se este indicador acima do salário médio nacional, rendimento este que está apenas ao alcance de 15% da população em geral;
  • Ensino superior realização e autonomia.jpg 

    • Os titulares de um curso superior recebem, em média, +35% do que aqueles que detêm apenas o ensino secundário (OCDE) e +50% do salário/hora para um licenciado, nos primeiros dez anos de experiência profissional (Estudo Benefícios do Ensino Superior);
    • Mesmo em períodos de crise, as pessoas com mais elevados níveis de escolaridade “conseguem arranjar emprego mais facilmente” quando desempregadas.  

N estudante ensino superior 1991_2015.jpg

N diplomados ensino superior 2006_2015.jpg

Muito do que se foi passando ao longo dos séculos ainda informa o ensino superior em Portugal nos dias de hoje.

Logotipo do Estudar (mais) é preciso

ACESSO AO ENSINO SUPERIOR

Bolsas de Estudo a Estudantes do Ensino Superior
 
Grupo de EntreAjuda e
Grupo de Facebook
 
 
Bolsas de Estudo a Estudantes do Ensino Superior

 

Pode candidatar-se através do portal criado para o efeito, aqui.

Também está disponível a submissão de requerimentos à atribuição de Bolsas de Estudo para frequência de estudantes com incapacidade.

Links rápidos:

Perguntas Frequentes sobre Bolsas de Estudo

Prazos de Candidatura a Bolsas de Estudo

Candidatura a Bolsa de Estudo para frequência de estudantes com incapacidade

 

Fontes: 
www.oecd-ilibrary.org/docserver/69096873-en.pdf?expires=1623952870&id=id&accname=guest&checksum=0A65A0BD0F9879BED3B59801EB1D2DF7

https://fronteirasxxi.pt/wp-content/uploads/2018/08/beneficios-do-ensino-superior-introducao-1.pdf

https://www.ffms.pt/FileDownload/5f1b62b7-bf82-4655-81af-2ce5d92778a9/beneficios-do-ensino-superior

https://www.dges.gov.pt/pt/noticia/estudar-mais-e-preciso

Jaime Froufe Andrade | Histórias avulso

jaime_froufe_andrade.jpg

 

(A pandemia pôs-nos à espera do futuro. Parados pelo vírus, talvez seja tempo para percebermos o que deixámos para trás. É essa a proposta de Histórias avulso)


Naquele tempo era assim


Estou cercado por licenciados, doutores, investigadores, cientistas, mestrandos e quejandos. É no meu seio familiar, no prédio onde vivo, na casa ao lado, no prédio em frente, em toda a minha rua, nas ruas circundantes, na cidade, no País. A senhora do pomar onde compro laranjas tem um filho investigador. E a filha do sapateiro-rápido mais próximo é cientista. 


Este fantástico manancial de sabedoria certificada que corre à minha volta faz-me sentir um iletrado. De facto, tenho apenas dois diplomas. Muito pouco para os dias de hoje. Um, o do antigo 7º ano do liceu; o outro, o diploma de ranger. Ainda tentei um curso de tirador de cerveja, mas desisti por falta de vocação.


Ironia à parte, devo dizer que muito me agrada ver passar por mim este manancial de canudos. Faz-me prova de quanto Portugal avançou no campo do ensino. É preciso não esquecer que em 1973, anos depois da ida do Homem à lua, quase 30% dos portugueses não sabia ler nem escrever, e cerca de 50% apenas conseguia rabiscar o nome e soletrar os títulos das notícias. 


Venho de um tempo em que os doutores por cá não eram muitos. Era aconselhável ter-lhes muito respeitinho. Sabe com quem está a falar? poderia ouvir alguém, novo ou velho, se não tratasse o senhor por  “senhor doutor”... 

Na dúvida era sempre preferível não arriscar outro tratamento. Sobretudo se o senhor trajasse bom fato. Ou então conduzisse automóvel de boa marca. Não era o meu caso, mas mesmo assim também suscitei dúvidas. No momento de abastecer o carro, por exemplo: Quanto vai meter hoje, senhor doutor? Acabei por informar o funcionário da bomba da minha condição de não doutor. Ficou desorientado. Da vez seguinte, já recomposto, perguntou-me: Quando vai meter hoje, senhor engenheiro? Naquele tempo era assim.

 
Jaime Froufe Andrade
 
 

DUAS DE LETRA | Lourdes dos Anjos | A culpa é do São João

Lourdes dos Anjos

Das "ilhas" do Porto saem as rusgas

No céu , em festa,dançam estrelas e balões
Com velhos testos e latas se fazem canções
Com papel colorido e tranças roliças
Se unem janelas e varandas fronteiriças
Cheira a manjerico e a erva cidreira
Conta-se á moça uma estória brejeira
O alho porro procura a careca do folião
Entre "sério" e "brincadeira" sai um palavrão...
Salta-se a fogueira e sem ninguém ver
Queima-se a inocência num canto qualquer
O sol e a lua adormecem lado a lado
O dia nasce, ao meio dia, enevoado
Aos pés de Cristo, na cascata das Fontainhas
Deixam-se as penas das asas das andorinhas...
Nessa noite, o pecado tem perdão
O CULPADO DO PECADO, É S. JOÃO.
 
Lourdes dos Anjos
in O PORTO NAS NOSSAS MÃOS


O S.JOÃO DO BONFIM

Da padaria Santa Clara solta-se o cheiro da regueifa quente
Dos arredores da cidade vai chegando um mar de gente
Estremunhada e coscuvilheira aparece a lua
Ao som de testos e bombos, uma rusga desce a rua
Nas janelas há enfeites de papel e balões coloridos
Ao desafio, cantam-se refrões mil vezes repetidos

-AI ORVALHEIRAS, ORVALHEIRAS, ORVALHEIRAS
E VIVA O RANCHO DAS MULHERES SOLTEIRAS.
-AI ORVALHADAS, ORVALHADAS, ORVALHADAS,
E VIVA A RUSGA DAS MULHERES CASADAS.

No céu do Porto o nevoeiro adensa-se e esfria
E obriga a rodopiar até ao nascer do dia
No rosto há o gosto acre do alho porro e da erva cidreira
A cidade cheira a sardinha assada que pinga na broa caseira
Na madrugada, espevita-se o carvão para o caldo verde quentinho
Depois, ateia-se o fogo com malgas de barro donde esborda o vinho.
Enchem-se as ruas de foliona multidão
ONDE TODOS SÃO POVO. SEM TÍTULO OU BRAZÃO
Nos bairros há bailaricos e mexericos
E até a atrevida viúva com o "home" ainda quente
Dá "duas voltas do vira" com o vizinho da frente
Ao romper do dia,em cada canto, há arrolados
Há beijos e juras de namorados. E nove meses passados,
Há a cinza das fogueiras apanhada aos braçados
E a orvalhada da tripeira noite sanjoanina,
Para umas trouxe um moço, para outras, uma menina!

lourdes dos anjos
in NOBRE POVO
EDIÇÕES GAILIVRO
 
 
 
 
 

Eduardo Roseira | MARTELINHOS DE S.JOÃO

Eduardo roseira

Quantos de nós, não andamos já de martelinho de plástico na mão, ano após ano, nas noitadas de S. João, sem sabermos qual a sua origem.

            Tudo começou em meados da década de sessenta, quando Manuel Boaventura, emigrante em França, estava sentado à mesa de um restaurante, pegou por acaso num saleiro-pimenteiro em forma de fole e num rasgo de inspiração lhe surgiu a ideia de fabricar um martelinho de plástico com o formato do respectivo utensílio culinário, que produzisse um som quando o fole fosse pressionado.

            Posta a ideia em prática, o irreverente martelinho surgiu pela primeira vez em 1968, a pedido dos organizadores da Queima das Fitas do Porto, que pretendiam “qualquer coisa” que animasse o Cortejo, oportunidade que Manuel Boaventura não deixou escapar dado que já há uns tempos tinha em “stock” uns milhares de martelinhos, sem saber que destino lhes dar.

            O seu espanto foi enorme, quando ao ver passar o Cortejo da Queima das Fitas, deu com os estudantes bem ao seu modo folgazão, a baterem na cabeça uns dos outros com os martelinhos que tinha inventado e fabricado sem nenhum fim específico.

            Os estudantes tinham acabado de lhe dar uma brilhante ideia.

                       Assim, no S. João desse mesmo ano decidiu distribuir pelos vendedores ambulantes das Fontaínhas, no Porto, para estes darem às crianças os martelos que lhe tinham sobrado.

            Entretanto, no ano seguinte, por pressões do então Vereador da Cultura, da Câmara Municipal do Porto, Paulo Pombo, o Governo Civil do Porto proibia Manuel Boaventura de colocar no mercado os hoje célebres martelinhos; “por estes atentarem contras as tradições sanjoaninas, as quais os portuenses devem defender”.

            Este caso arrastar-se-ia ao longo de três anos pelos Tribunais e foi bastante “martelado” pela imprensa da época.

            A “tese” dos martelinhos acabaria por vencer e estes instalaram-se definitivamente na noite sanjoanina como símbolo do trabalho, agressividade e de vontade do povo do Porto e do Norte.

            O popular martelinho de S. João, como é conhecido, tem sofrido, quase anualmente, metamorfoses na sua essência, pelo que, de símbolo de trabalho, passou de símbolo “agressivo”, a símbolo dócil, de lazer e de vontade para o desejo…

            Alhos porros, erva cidreira, manjericos, farturas, cascatas, rusgas e a inevitável passagem pelas Fontaínhas, continuam ainda a fazer parte da tradição e do “folclore” da noitada do S. João portuense. Mas o martelinho de plástico veio mesmo para ficar e ter uma forte influência nas festas sanjoaninas, provocando uma certa ruptura na tradição.

            Há quem não goste lá muito deste “martelar” a cabeça e prefira, porque tradição é tradição, ir para casa com cheiro a alho porro,,,

Cá por mim, levar com um, ou outro pouco me importa, afinal é o nosso S. João!

            Na noite de 23 para 24 de Junho, em que se celebra o Solstício de Verão e a liberdade na sua essência mais pura, o povo sai à rua numa mescla de idades, condições, credos e raças para gozar de forma anárquica a maior festa democrática do Mundo, que é o S. João do Porto, com as ruas pejadas de gente a dar azo à sua folia, brincando de forma fraterna o S. João, num espírito único em todo o Mundo.

            Esta crónica é também de saudades de um S. João que nos foi roubado já pelo segundo ano consecutiva, por uma sacana de pandemia.

            Eu que até nem sou de rezas, já dei comigo a orar ao nosso santo, que nos livre desta praga, a ver se para o ano podemos sair à rua em liberdade…

 

Eduardo Roseira

Natércia Teixeira | "Chegamos ao Cabo das Tormentas quando o tempo que nos resta é menor do que aquele que já vivemos."

natercia teixeira.jpg

Chegamos ao Cabo das Tormentas quando o tempo que nos resta é menor do que aquele que já vivemos.

O Dom Juan cinquentão estremece… “la femme fatale” indaga sem ingenuidade se o objeto do seu desejonão apreciará mulheres mais jovens.

Não serão a falta de cabeças a voltarem-se quando passamos, a maior preocupação neste processo…será, no entanto, uma inquietação já que não existe qualquer glória na decadência.

Envelhecer é um percurso natural que se inicia quando se nasce e termina quando se morre, inevitável e incontornável.

Inevitável também causar inseguranças, angustias e incertezas, compreensíveis quando se sabe estar a meio caminho de um término.

Pesem embora os cabelos brancos e as rugas de expressão, raramente são elas a confrontar-nos com a realidade…quase sempre são os outros…mais que as “dores” que vão e vêm como visitas, a lembrar-nos que estamos “velhos”.

Começa no dia em que somos apanhados desprevenidos pelo pasmo de um jovem que estranha as all star que calçamos…continua com o espanto de outro por não termos ainda sido vacinados para a Covid-19…dá a machadada final na nossa ilusão de juventude,alguém que nos questiona quanto à idade que temos e em modo brincadeira acrescentamos dez anos à realidade e recebemos o elogio da iniquidade:

“estás muito bem para a idade!”

Esta é a idade do limbo…em que os jovens nos acham “velhos” para quase tudo; os da nossa idade, “velhos” para quase nada; os mais velhos nos consideram jovens; e nós… depende do dia.

Chegados ao topo do promontório, onde a vista é mais ampla e realista, importa não nos deixarmos subjugar pela tirania dos números nem pelo devaneio da sua irrelevância.

Negar-lhe importância é desvirtuar o supremo objetivo da vida;permitir que nos maniete, é depreciar o caminho adiante.

Pessimistas e otimistas, envelhecerão na mesma, porém não trilharão o mesmo caminho.

Tormentas todos teremos, Boa Esperança terão alguns…provavelmente aqueles que ainda se lembrem que o Gigante Adamastor só existe nos nossos medos e que não foi a escuta-lo que chegamos a outros mundos.

 

Natércia Teixeira

 

A morte por afogamento é rápida e silenciosa!

A morte por afogamento é rápida e silenciosa!

Sem Título.png

Perto da piscina ou do mar, nunca perca a criança de vista e vista-lhe sempre um colete ou braçadeiras;

Esteja sempre atento a todos os movimentos das crianças, seja dentro de água ou à beira da piscina;

Nunca deixe uma criança sozinha na água;
Nunca deixe brinquedos dentro da piscina, pois é uma situação que chama a atenção da criança e pode revelar-se fatal;
Se tem piscina em casa, quando a piscina não estiver a ser utilizada, tape-a com uma tela ou lona de proteção;
Na praia respeite sempre as condições do mar e a cor das bandeiras.
Bastam apenas alguns segundos sem supervisão para tudo acontecer!

Cantinho do leitor | Poema de Luís Pereira

194418616_2884777488451589_8499170080683922853_n.j

Desconcerto Português

Reino de Quém e Além-Mar

Meio mundo já te pertenceu

A vaidade de quem te ousa desbaratar

A tua história e heroísmo esmoreceu

Aventureiros destemidos no mar

Há 500 anos foi o teu apogeu

A História há-de sempre lembrar

Quem novos mundos ao mundo deu

 

Da Madeira aos Antípodas

Do Cabo Bojador à Taprobana

Cantou-te Camões nos Lusíadas

Expandir-te no Oriente, Vasco da Gama

 

Reconhecido pelos aventureiros à vela

Também os houve na aviação

A viagem do Cabral em caravela

Foi pró Sacadura e Coutinho inspiração

 

Tanto ouro, tanta valentia, tanta riqueza

Foi para outros impérios, motivo de invejas

Hoje, desses tempos de glória resta a grandeza

Edificada em monumentos, palácios e igrejas

 

Inúmeros foram os reinos edificados

Desse império, pouco ou nada, te restou

Tantos feitos, tantos mundos esboroados

Na vaidade dos soberanos que te alienou.

 

Luis Pereira

Mau tempo: Treze distritos sob aviso laranja com previsão de trovoada - IPMA

relampago

Probabilidade de trovoada nos distritos de Braga, Viana do Castelo, Bragança, Vila Real, Porto, Aveiro, Viseu, Guarda, Coimbra, Castelo Branco, Leiria, Santarém e Portalegre.

 

Treze distritos do norte e centro de Portugal continental estarão sob aviso laranja no domingo, com previsão de trovoada e rajadas de vento, revelou hoje o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Segundo o IPMA, entre 12:00 e as 21:00 de domingo, haverá maior probabilidade de trovoada nos distritos de Braga, Viana do Castelo, Bragança, Vila Real, Porto, Aveiro, Viseu, Guarda, Coimbra, Castelo Branco, Leiria, Santarém e Portalegre.

 

Em todos estes distritos estão previstos ainda aguaceiros, por vezes fortes e de granizo, também no período entre as 12:00 e as 21:00 de domingo.

No domingo, a temperatura máxima irá variar, nestes distritos, entre os 33 graus de Santarém e os 24 graus na Guarda.

No restante território, continental e ilhas, a previsão é de céu limpo ou pouco nublado.

José Luís Carneiro foi excluído da corrida à Câmara do Porto pelo próprio António Costa.

Baiao_PS_Porto.png

A escolha do candidato à Câmara do Porto estava demorada, porque, com a tentativa de candidatura de José Luís Carneiro, o PS Porto começou a ficar fraturado. Já em julho de 2020, José Luís Carneiro havia tentado a candidatura ao Conselho Superior de Defesa Nacional, mas teve de abandonar a candidatura por não ter conseguido o apoio de dois terços deputados. 

O deputado do PS e antigo líder da JS, Sérgio Sousa Pinto, que integra a ala mais à direita do PS e que, recentemente foi criticado por integrar a 3.ª Convenção do Movimento Europa Liberdade (MEL), onde esteve reunida a direita e a extrema direita de André Ventura,  ainda tentou dar uma força a José Luís Carneiro, mas a candidatura, suportada pela ala mais à direita do PS, não reunia os apoios necessários.

Assim, o Secretário-Geral do PS, António Costa, acabou por escolher Eduardo Pinheiro, não tendo dado apoio à tentativa de candidatura que José Luís Carneiro chegou a apresentar e que este ambicionava. O escolhido por António Costa foi o Secretário de Estado da Mobilidade e ex-autarca de Matosinhos. A escolha foi mesmo do Secretário-Geral do PS, que tem a prerrogativa de decidir sobre os candidatos de Lisboa e Porto. 

A candidatura de José Luís Carneiro não teve a aceitação da concelhia nem da distrital do Porto. No passado sábado, na reunião do secretariado distrital do PS Porto, onde o tema foi debatido, Manuel Pizarro teve de sossegar os dirigentes socialistas, referindo que José Luís Carneiro não conseguia ser candidato ao Porto com o apoio da concelhia e da distrital. 

O presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, que também é vice-presidente da Federação Distrital do PS-Porto, foi outro peso pesado do partido que terá recusado o nome de José Luís Carneiro.

A primeira opção do PS terá recaído sobre Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Ação Climática, mas este não avançou com a candidatura.

Quanto ao deputado e presidente da Concelhia do PS Porto, Tiago Barbosa Ribeiro, que era o preferido pelos socialistas do Porto e encaixava no perfil de candidato que havia sido determinado, este havia anunciado antecipadamente que estava fora da corrida, por pretender cumprir com o mandato de deputado para o qual tinha sido eleito, não pretendendo, assim, defraudar os eleitores.

Assim, António Costa foi buscar Eduardo Pinheiro ao Ministério do Ambiente, para o qual este tinha sido convidado para Secretário de Estado da Mobilidade do segundo Governo de António Costa, em Outubro de 2019. Eduardo Nuno Rodrigues e Pinheiro foi um dos cinco secretários de Estado que o Governo nomeou, ao abrigo do estado de emergência, para cumprirem a missão de coordenação regional do combate à pandemia causada pela covid-19.

Eduardo Pinheiro

BAIÃO | "Refrescante publicidade a Baião no JN" gera descontentamento dos baionenses, pelo que fomos perceber os motivos

Fomos constatar o que se está a passar por trás da objetiva, porque fotografar e noticiar não é só apertar o disparador no sentido da imagem que se pretende mostrar e/ou promover.

Detetamos que são muitos os baionenses que estão a demonstrar o descontentamento face a uma publicação do Município de Baião, na rede social facebook, designadamente sobre uma "refrescante publicidade a Baião no JN" , motivo pelo qual fomos procurar apurar os factos que estão a motivar o descontentamento dos baionenses, tendo o Baião Canal/Jornal realizado a reportagem fotográfica que se segue, a qual se expressa por si e poderá ser alvo das mais diversas opiniões e conclusões.

Constatamos que, por trás da objetiva e da imagem que foi utilizada para promover o turismo em Baião, encontra-se uma zona ribeirinha muito degradada, com os muros de suporte à via caídos e não arranjados, com o areal e parte do rio invadido pela erva e mato e com diversas áreas perigosas, tendo já ocorrido no local alguns acidentes que causaram ferimentos nas pessoas, algumas das quais encaminhadas para a Unidade Local de Saúde. 

Baião_Indignação2021.png

Poderá ler na rede social do Município de Baião alguns dos comentários e outros podem ser lidos no Grupo Baião a Nossa Terra e a Nossa Gente, sendo que o Município de Baião tem vindo a censurar alguns comentários e até a bloquear alguns dos próprios baionenses que se atreveram a não pactuar com a exclusiva "atitude positiva" que o Município de Baião impõe aos cidadão no seu espaço público da rede social facebook.

Como pode constatar-se, são muitos os comentários a demonstrar o descontentamento dos baionenses, que pode ler aqui e no grupo de baionenses.

Baiao_descontentamento da população 2021

 

Foto reportagem - Baião - Venda das Caldas

Mapa de Rua de Vendas das Caldas
 
 

ÚLTIMAS | GREVE CP

CP.jpg

 

Greve - Perturbações na circulação - 6, 7 e 8 de junho

Informamos que por motivo de greve prevêem-se perturbações significativas a nível nacional em todos os serviços, nos dias 6, 7 e 8 de junho de 2021, com possível impacto nos dias anterior e seguinte ao período de greve, a 5 e 9 de junho.

Tendo sido decretados serviços mínimos, prevê-se a realização dos seguintes comboios:

Alfa Pendular e Intercidades

Regionais e InterRegionais

Comboios Urbanos de Lisboa

Comboios Urbanos do Porto

Comboios Urbanos de Coimbra

Nota: no caso de transbordos rodoviários previstos por motivo de obras, no período de greve realizam-se apenas aqueles que substituem comboios constantes das listagens dos serviços mínimos.

Aos clientes que já tenham bilhetes adquiridos para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional e Regional, será permitido o reembolso, no valor total do bilhete adquirido, ou a sua revalidação, sem custos.

 

 

JAIME MILHEIRO | OBLIQUIDADES (10)

21988953_ITdkD.jpeg

 

OBLIQUIDADES (10)

Uma entrevista televisiva, hoje, não vale pela informação. Vale pela estranheza do confessado.
Sem cadáveres “exquis”, não interessará a ninguém. Precisa de vulgaridade, desbragamento e má língua misturados com sangue, para que títulos obtenha e audiências propicie. Exige que se conte o que nunca se contou, que se levantem indiscretas insinuações sobre os alcances da concorrência, que se chorem lágrimas malévolas sobre as mentiras do dia, porque só isso vende.
Fizeram-me inúmeras pequenas entrevistas ao longo da vida. Nada prestam por isso mesmo. Instintivamente enjeitei confessionários. Cuidei das palavras e cuidei de mim, decidindo dizer apenas o meu próprio dizer...

                                       (Bastaram-me as confissões
                                    e penitências em Brantães,
                                    com o padre da freguesia...)

recusando muitas outras pela mesma razão.
Por outro lado, na iniquidade corrente avolumou-se o conceito de que frente a um
microfone será preciso rematar. Significa aparecer, ser alguém, ser o melhor da
vizinhança.
Só coxos o não farão, na atitude pobre de quem das conveniências não trata e nem
percebe que os exibicionismos/voyeurismos lhes engrandecem cofres e dimensões.
Mesmo apenas discorrendo sobre a cera dos ouvidos ou sobre os buracos do corpo...
                                       (Quem não exibe não espreita,
                                    excitado não fica...
                                    Se as pessoas só falassem do que sabem
                                    Haveria um profundo silêncio)

tal sofisticação tornou-se glória suprema, porque o mais importante será vender
anúncios e buscar clientela.
As imensas transformações da Net e os narcisismos daí resultantes transformaram-se
em perverso movimento. Abalaram quanto éramos, descontrolaram quanto se
pretendia.

Distorceram a clássica equação de que será melhor calar do que mal dizer, tornando-
se uma questão de Saúde Pública sem vacina no horizonte.

Dar sentido ao pensamento, promover responsabilidade, orientar autenticidades,
continua a ser possível mas a muito longo prazo, considerando os estragos obtidos. Só
quando as dores forem mais fortes do que o prazer a imaginação retrocede.
Da mediocridade das redes sociais e das caixas de comentários muitos políticos já
seguem os caminhos. Supõem-se aptos a alterar as essências da História e as raízes
da vida em imbecilidades expansionistas.
Invejosos de quem ao longo dos tempos se distinguiu, igualizam por baixo e ao serviço
das suas próprias obliquidades propagam ideias inúteis e confrangedoras...
                                                   (Teremos de os ouvir
                                                   sem deixar de ser quem somos.
                                                   Nem haverá outro caminho...)

na postura de quem pensa que o Universo começou consigo.
Os seres humanos jamais perderão o seu “sentimento de percurso” e o seu
“sentimento de história”, mesmo que porventura esqueçam.
É isso que os define.

JAIME MILHEIRO

Rita Diogo | O bullying voltou?

Rita Diogo_1.jpg

A semana passada assistimos a um vídeo impressionante, em que um jovem foi colhido por um carro, quando tentava fugir das agressões de uma outra jovem da mesma idade. É um vídeo real, impactante, que nos faz sair do nosso conforto e nos faz pensar. O vídeo tornou-se viral nas redes sociais e trouxe a lume um debate importante sobre bullying. Falar sobre estes atos é fundamental numa sociedade que se pretende mais justa, inclusiva e integradora. Quando falamos de bullying é de integração de que falamos, é de educação de que falamos, é de valores de que falamos e é também de violência de que falamos.

A vida escolar e a vida social, devido à pandemia que vivemos, estagnou e passamos a relacionar-nos à distância, durante um período de tempo. Durante vários meses, não existiu contacto diário entre os jovens e crianças. Deixou de se viver e conviver em sociedade, passamos a viver mais isolados, e, portanto, não sujeitos a determinados comportamentos. Entretanto, a rotina começou a voltar à normalidade e os contextos onde os jovens e as crianças estão, não foram exceção. Entretanto, voltamos a ouvir falar de bullying.

O bullying não é um crime mas é composto por vários crimes: a ofensa à integridade física, a coação, a ameaça, a ofensa e a injúria. Sabemos que o bullying não é uma brincadeira, mas sim uma forma de agressão. Sabemos que o bullying não é uma situação de agressividade e/ou violência isolada mas sim continuada e repetida no tempo. Sabemos que o impacto deste tipo de violência pode ser devastador podendo gerar depressão, ansiedade, isolamento, stress pós traumático, reduzida auto estima e até mesmo levar ao suicídio. Sabemos que existem adultos com problemas de ajustamento e graves consequência na sua saúde mental por terem sido vítimas de bullying. Ora, se sabemos tudo isto porque se continua a desvalorizar este tipo de interação e as suas consequências na formação e desenvolvimento dos jovens e da sociedade? A violência gera violência e traduz uma grande dificuldade de viver em sociedade, traduz sempre uma desadaptação a regras sociais. Assim, é preciso reforçar que o bullying não é normal, não faz parte da criança ou do crescimento, não torna as crianças mais fortes ou resistentes à adversidade ou ao confronto. A violência é, assim, a promoção repetida de sofrimento, sem culpabilidade nem reparação! Seja ela física ou psicológica, claro. Quando não há culpa e/ou arrependimento perante a agressividade, esta transforma-se em violência.

O bullying corresponde a um comportamento intencionalmente agressivo, violento e humilhante, que envolve um desequilíbrio de poder: as crianças que fazem bullying usam o seu poder (a sua força física ou o acesso a alguma informação, por exemplo) para controlar e prejudicar outras crianças. É um comportamento repetido ao longo do tempo. O bullying inclui comportamentos como ameaçar, espalhar boatos, atacar alguém fisicamente (bater, arranhar, cuspir, roubar ou partir objectos) ou verbalmente (chamar nomes, provocar, dizer às outras crianças para não serem amigas de uma delas, gozar) ou excluir alguém do grupo propositadamente.

As crianças vítimas de bullying podem sentir-se constantemente com medo, ansiosas, com dores físicas e dificuldade em concentrarem-se na escola. Em muitos casos as crianças vítimas de bullying comprometem-se a permanecer em silêncio sobre as agressões como forma de evitar novas retaliações. Não se sentem capazes de lidar com a situação, achando-se impotentes para resolver o problema. Podem mostra-se zangadas, irritáveis, podem não querer ir à escola, podem dormir mal, ter pesadelos, ter dificuldades de concentração, ter vergonha, estarem mais fechadas e introspetivas.

É fundamental falar com as crianças sobre o que é a violência, como identificamos a agressividade em nós mesmos, o que representa, como se lida com a agressividade dos outros, como ser assertivo. As crianças que sabem o que é o bullying conseguem identificá-lo e podem falar sobre isso se acontecer com elas ou com outros.
É fundamental trabalhar as vítimas e os agressores. O jovem do vídeo não teve, felizmente, sequelas físicas graves que decorreram do atropelamento mas, e as sequelas emocionais? Que consequências terá ao nível da sua saúde mental, estabilidade e ajustamento? Como se fará a reparação desta situação traumática?

Por outro lado, quem agride, quem humilha, quem usa a violência verbal, física ou psicológica como estratégia de relacionamento com os seus pares, parece não estar bem no seu eu, parece desajustado, parece precisar de ofender para não ser ofendido. A ausência de empatia de quem agride é sempre um mau preditor do desenvolvimento.

Devemos considerar seriamente este problema e resistir à tendência para negar ou desvalorizar a su gravidade. O bullying não é um comportamento normal nem faz parte de crescer. Cada criança e jovem deve entender que é um comportamento é inaceitável e que não pode ser tolerado. Os adultos devem transmitir o exemplo da não violência, do respeito pelos outros e da empatia.

Rita Diogo

Eduardo Roseira | O VALOR DO TEMPO

19679352_1546524965399135_2045817125228384138_o.jp

O VALOR DO TEMPO

A propósito do Dia Mundial da Criança

Neste Dia Mundial da Criança, quero-vos falar do valor do tempo.

Vivo na Beira Rio de Gaia, numa casa de janelas apontadas para a ponte Luiz I e com vista para as margens ribeirinhas do rio Douro.

E tal como muitos de vós, estive em 2020 e neste ano de 2021, por mais que uma vez, alguns meses sem sair de casa, sem conviver com os meus familiares e amigos e as poucas saídas foram para bem perto e apenas para o essencial.

Todos nós fomos obrigados a tal, pelo bem da nossa e da saúde dos outros.

Custou, claro que custou, mas tenho que vos confessar, que muito à minha maneira de ser, tive de encontrar o lado positivo dos dias em que estive em casa, cumprindo com o meu dever de cidadão, evitando sair.

Por exemplo, dei conta, de que o nosso rio Douro, está cheio de diversos tipos de aves, que eu desconhecia e nunca delas me tinha apercebido. Numa casa em ruínas, sem telhado, mesmo ao lado da minha, dei conta que lá dentro começou a aparecer uma enorme e linda árvore, cheia de folhas verdes, o que antes me parecia uma coisa a cair de velha, passou a ser uma imagem de beleza, ou seja, uma frondosa árvore a sair daquelas feias ruínas.

Mas meus amigos, aqueles meses sem sair de casa, deram-me para regressar aos meus tempos de criança e jovem e comecei a rir-me de mim próprio, mas passo a explicar:

Quando em mais novo fazia umas asneiras, o meu pai dizia-me:

            - Menino, já sabes, este fim-de-semana não há idas ao cinema?

– ou então, cortava-me o Sábado e o Domingo, sem poder sair de casa para andar de bicicleta, jogar à bola com os amigos e, pior, sem poder ir ter com a namoradinha.

            Ai, aqueles dois dias, pareciam-me dois meses, de tanto que me custava aquele castigo.

            E meus amigos, naquele tempo, não havia redes sociais, telemóvel, o próprio telefone era coisa de luxo e onde eu vivia, em Moçambique, não havia televisão, portanto aqueles dois dias pareciam-me dois anos…

E foi este regresso aos meus tempos de criança que me ajudaram a passar melhor aqueles meses fechado em casa e assim, passei a dar valor ao tempo.

            Tempo que tem um valor importante nas nossas vidas, se o soubermos aproveitar bem, especialmente por sabermos que quando regressarmos aos dias normais que aí vem, o contacto que tivermos com os nossos amigos, vai-nos saber melhor.

            Podia agora falar-vos mais sobre o valor do tempo, mas ninguém sabe ao certo o seu valor, por tal finalizo com um poema de Ruy Belo, que nos fala d’ “O VALOR DO VENTO”, que diz assim:

 

“Está hoje um dia de vento e eu gosto do vento.

O vento tem entrado nos meus versos de todas as maneiras e

só entram nos meus versos as coisas de que gosto

O vento das árvores, o vento dos cabelos,

o vento do inverno, o vento do verão.

O vento é o melhor veículo que conheço.

Só ele traz o perfume das flores, só ele traz

a música que jaz à beira-mar em agosto.

Mas só hoje soube o verdadeiro valor do vento

O vento actualmente vale oitenta escudos....pois…

Partiu-se o vidro grande da janela do meu quarto.”

 

Nota: No poema onde se lê “…oitenta escudos…”, podem trocar por “…oitenta euros…”, que de certeza que o poeta Ruy Belo, não se importará da substituição da moeda antiga, para a actual.

Desejo-vos que vivam e disfrutem o melhor que podem todos os momentos das vossas vidas, com os vossos familiares, professores e amigos, seja em dias de vento ou mais calmos. Lembrem-se que a vida é linda demais para perdermos tempo, só porque o dia é de vento e se partiu a janela do nosso quarto.

Eduardo Roseira

Natércia Teixeira | “Nenhum animal é tão selvagem quanto o homem quando ele tem o poder de expressar a sua raiva.”

natercia teixeira.jpg

Proferiu esta frase Hannibal Lecter, personagem ficcional dos romances de Thomas Harris.

Sabe quem viu a magistral interpretação de Anthony Hopkins, tratar-se da história de um dos mais famosos e fascinantes psicopatas da história do cinema.

Psicopatia sendo um conceito controverso é uma designação atribuída a um individuo com um transtorno de personalidade cujo padrão comportamental passa despercebido numa sociedade para a qual a agressividade, o egocentrismo a frieza e a indiferença são condutas e recursos aceites e estimulados com vista a um determinado patamar de sucesso.

Estima-se que 2 a 4% da população, seja por predisposição genética ou vivencias perturbadoras, passível de se enquadrar nos padrões desta patologia.

Alguns cometem crimes, outros vivem paredes meias connosco e nunca matarão efetivamente ninguém.

Provavelmente nunca nos iremos cruzar com nenhuma criancinha perversa que nos matará o gato nem com nenhum médico alucinado que mate pessoas à dentada, mas a probabilidade de nos cruzarmos com “psicopatazinhos” de mochila ou colarinho branco é elevada.

Psicopatas são psicopatas e desvalorizar as suas condutas é tão mau como ignorar que estas pessoas existem e fazem vítimas.

Aprender a identifica-las é a única forma, de dentro do possível, nos protegermos daqueles que sem diagnostico clínico para problemas do foro mental, infernizam a vida de quem com eles tem de lidar.

É-me indiferente a terminologia que se lhes aplica, não sou, porém, indiferente acomportamentos reiterados,perpetradosintencionalmente com o intuito de roubar a dignidade a pessoas, quase sempre numa posição de vulnerabilidade, funcional ou emocional.

“Psicopatazinho” é o adolescente que sozinho ou em grupo, ostraciza, humilha e agride o colega de turma.

“Psicopatazinho” é o chefe de serviço que assedia moralmente o seu colaborador/a.

“Psicopatazinho” é o companheiro/a que desconsidera a integridade e a vida do outro e faz dela umparque de diversões.

Traços comuns destes indivíduos são a ausência de culpa e remorso; a mentira e a manipulação compulsivas, o encanto fingido e uma absoluta falta de empatia pelo sofrimento alheio.

Não conseguimos em muitas situações evitar estes contactos,temos porém,a obrigação de osexpor e de os combater, sejamos ou não os visados, isto para que nenhum jovem tenha de correr risco de vida ao ser atropelado a fugir de um bando de desequilibrados que o perseguem;

Ou que o nosso colega tenha de abandonar um trabalho que gosta porque um superior insano inviabiliza uma relação normal de trabalho;

Ou numa situação extrema, vejamos alguém que nos é caro absolutamente destruído porque se deixou enlear nas teias de uma relação toxica com alguém com estas características de personalidade.

Como observadora e sem ingerências em áreas que me são estranhas, constato que muito precocemente crianças e jovens dão sinais de desequilíbrios comportamentais que o fator educação não sendo alheio, não será preponderante, pelo que ajuízo que um rastreio a nível de saúde mental para identificar patologias e trata-las numa fase precoce, não seria de descartar quando isso se justifique, pelo bem do próprio, pelas vítimas, pelas organizações e por todos nós.

O primeiro artigo da Declaração Universal dos Direitos do Homem define:

TODOS os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.

Dotados de razão e de consciência, devem agir uns com os outros em espírito de fraternidade.

A segunda parte deste primeiro artigo poderia integrar uma declaração de Responsabilidades institucionais e pessoais, que infelizmente amiúde, são desconsideradas.

Tudo se educa e tudo se aprende, começar pelo conceito de fraternidade talvez seja o caminho, não para a cura de patologias, mas para uma mudança de politicas e posturas.

Natércia Teixeira

 

 

lourdes Dos Anjos | CANTAR PORTUGAL (dos pequeninos) | CANTAR PORTUGAL

10847291_997387586956351_6566550614060763002_o.jpg

 

CANTAR PORTUGAL (dos pequeninos)

No pequeno mundo do Porto e arredores por onde semeio poesia, encontro um Portugal dos pequeninos, povoado de “vananas” e “vaidosos”. Os poucochinhos que restam são parolos e provincianos, palermas e sonhadores, talvez honestos e são, de certeza, “pobo”…
Quem diz que a cultura é para semear graciosamente, leva logo com um encolher de ombros como quem diz: “Deve ser fraquinha! “. e quem exige carro, tacho, palmas a acompanhar e uma notita para os alfinetes, é muito bom, é carote, mas é bom… é muito bom!
Há passeando-se, pavões, araras, papagaios domesticados e artistas de meio palmo no jardim dos “vaidosos”. Depois, no mesmo pequeno mundo, há gente que nunca diz “não” quando a cultura vai á procura de gente e encontra gente que quer ter cultura.
Isto passa-se com os grupos corais, os amigos que cantam Zeca e Adriano, os tenores, os músicos, as pessoas a quem pedimos para falar da nossa história, da sua estória, de saúde, de civismo, de poetas, de artistas que partiram mas deixaram obra e que continuam almas humildes, generosas, verdadeiras e sem brasões nem galões.
Tantos nomes que podia aqui escrever, tanta gente que comigo avança levando saber certo e sorriso franco. E quantas pessoas deixamos felizes, nos centros de dia, nas bibliotecas, nas igrejas, na cadeia…quantas vezes saímos com lágrimas nos olhos perguntando coisas estúpidas a um deus que nem sequer sabemos se existe; sentindo que lavramos terra barrenta e dura mas onde as papoilas ainda se conseguem vingar com tolerância, palavras certas e passos firmes. Somos o grupo dos Vananas. Vamos, vamos embora, vamos carago, e já lá estamos…sempre!
À mistura, ainda encontramos os lindinhos, os amigos dos senhores “dótores”, primos dos “inginheiros” e muito próximos do político que está na moda lá práquela banda. Querem nome em letra gorda nos cartazes, um lanche ajantarado com fotos e vídeos e, se possível, uma suite com bidé, para lavar os inchaços. Estes levam um cachet, porque, é claro, são pessoas muito solicitadas nos “inventos”, conhecem gente fina e fica bem levar uns euritos. Até porque levaram também uns “vananas” que são muito bons e são assim…coitados, boas pessoas…”vananas” a sério. Estes são os que militam e penetram nas fileiras de toda a “vida artística”, os tais que estão na TV, no comício dos Jotas e é claro no bar In da malta “bem”.
Depois há os outros. Há o “pobo” parolo e provinciano, honesto e sonhador, que é uma mistura disto tudo e que, porque é muito católico, perdoa tudo e ama os seus inimigos e vai a Fátima a pé e ainda acredita que os meninos chegam de avião, se não houver greve nos voos lowcoast, senão aproveitam mesmo o bico de uma cegonha que fez ninho ali prás bandas de Estarreja. e aparecem em casa à hora do tacho.
Sabem que mais: Estou velha e cansada. Pertenço à tal peste grisalha que hoje se tornou a maior casa da Misericórdia Portuguesa, porque paga as fraldas dos seus velhos pais que sonharam, para nós, um futuro diferente, paga as rendas de casa dos nossos filhos, agora quase tão pobres como os seus avós porque foram ficando desempregados; paga os livros dos nossos netos e isto enquanto se olha mensalmente para a reforma que vai mingando, mingando, mingando porque choveu muito e ela molhou-se.
Vivo a última etapa da minha vida num moliceiro que já nada consegue arrancar do fundo da ria de Aveiro, que perdeu o leme e anda ao sabor do vento e, ainda por cima, esqueci-me de tomar as pastilhas para o enjoo e farto-me de vomitar. Fiquem em paz…
Vou ver se amanhã acordo “baidosa” porque, hoje estou farta de ser “vanana”, ainda quero ter coragem de ser e morrer Pobo nesta terra portuguesa, e amar, até ao fim, este país tão mal frequentado. Se ainda souberem, ajudem-me a cantar, de pé, este hino maravilhoso:
“Heróis do mar, nobre povo, nação valente e imortal
Levantai, hoje de novo, o esplendor de Portugal"
Lourdes dos Anjos
 

É CANÇÃO DE ROUXINOL. É SINO DE MADRUGAR
É LUZ MÁGICA E MANSA QUE ACORDA DEVAGAR
É MAR QUE SE FAZ PÃO EM DIA DE BONANÇA
É ERGUER A VOZ,BEM ALTO, NUM HINO À ESPERANÇA
É SERRANIA SILENCIOSA ONDE O RIO NASCEU
É PLANÍCIE FÉRTIL ONDE O CÉU ADORMECEU
É TRONCO FEITO LEITO, MESA, BARCO OU CAIXÃO
É FADO, FEITIÇO...É PROMESSA E ORAÇÃO
É MINHO, MILHO, COR AMOR E FANTASIA
É DOURO, É VINHO, VIDA,CENTEIO E ALEGRIA
É TER SOTAQUE E, ORGULHOSAMENTE, SER NORTE
É SALTAR A FRONTEIRA E DESAFIAR A SORTE
É ESCONDER AS LÁGRIMAS,AZEDAS, ATREVIDAS
É CANTAR, PARA ESQUECER,AS SAUDADES SENTIDAS
É MONDEGO E VOUGA E SOLO FECUNDO
É MARÃO,ESTRELA E ALENTEJO PROFUNDO
É SADO E SOL E MAR DE ÁGUA CALMA E CLARA
É BRISA QUE AGITA O TRIGO QUE COBRE E EMPRENHA A SEARA
É O BERÇO E A RAIZ DUM MUNDO NOVO
É TER ORGULHO DE SER E MORRER POVO.
É RESISTIR AO SONHO E OUTRA VEZ FICAR
É ABRAÇAR O CHÃO QUE NOS VAI SILENCIAR
É FAZER DOCE O AMARGO DO SAL
É, MESMO MAGOANDO,AMAR E CANTAR PORTUGAL

Lourdes dos Anjos