(A pandemia pôs-nos à espera do futuro. Parados pelo vírus, talvez seja tempo para percebermos o que deixámos para trás. É essa a proposta de Histórias avulso)
A Agustina certificou-me
Por dever de ofício, todos os dias ao fim da tarde, entrava no gabinete de Agustina Bessa-Luís para lhe mostrar a maquete da primeira página de O Primeiro de Janeiro. Desconcertante, ela não se assumia como directora, mas como alguém que tinha a oportunidade de poder ler os títulos e as notícias em primeira mão. Nunca interferia na matéria noticiosa que se lhe apresentava diante dos olhos.
De início, eu chamava-lhe a atenção para um ou outro assunto mais sensível. Depois desisti por saber antecipadamente a sua resposta: Disto sabem vocês, os jornalistas. Aqui, eu só sou a directora. Limitava-se a emprestar ao jornal o prestígio do seu nome. E a escrever o chamado artigo de fundo.
Todos sabemos como as pessoas das Letras são ciosas das palavras que escrevem. Então os escritores… Preocupado com a intrincada caligrafia de Agustina Bessa-Luís, o Adelino, chefe da Tipografia, incumbiu o mais cuidadoso dos seus teclistas para “bater” os artigos de fundo da nossa directora.
Apesar da competência desse profissional (que pena não me lembrar do seu nome) os artigos da D. Agustina andavam sempre numa roda viva entre o teclista e o Pina, o chefe da Revisão. Cirandavam, vezes sem conta, entre ambos, até não haver uma gralha. Mas um dia, nem todo esse esmero resultou. Uma palavra do artigo revelou-se indecifrável, até mesmo ao próprio Pina, revisor de muitos anos, habituado a caligrafias tão diversas como as de João Gaspar Simões (primeiro biógrafo de Fernando Pessoa), do poeta militante José Gomes Ferreira, ou do demiurgo Sant’Anna Dionísio. Perante tal dificuldade, não tive outro remédio senão telefonar-lhe. Passava já das dez da noite…
O que aconteceu, Froufe?. Pelo tom de voz fez-me saber que a estava a importunar e muito. Engasguei-me em desculpas. E ela calada. Mal refeito, pu-la então a par da razão do telefonema. D. Agustina respondeu-me com uma risada sem fim. Não um riso escarnica, mas um riso de quem o faz por gosto. Finalmente, falou: Ó Froufe, isso não tem importância nenhuma. Escolha uma palavra qualquer que lhe pareça bem. E desligou.
Sempre surpreendente, uma vez, a criadora de Sibila, certificou-me. Vindo de quem veio esse improvável certificado, dizer o quê acerca? A cerimónia da certificação ocorreu numa igreja do Porto, momentos antes de uma outra ter início, no caso um funeral de um amigo comum. Eu já não via a D. Agustina há muitos anos. Cumprimentei-a, ela rodeado de pessoas. Lembrar-se-ia ainda de mim? A resposta, desta vez, veio sem riso: Então não lembro… é o chato do Froufe…
Como é do conhecimento geral, a maioria das respostas sociais prestadas em Portugal depende de Instituições como a Santa Casa da Misericórdia e de um vasto número de Instituições Particulares de Solidariedade Social.
A situação atual de pandemia e a consequente crise social e económica, bem como as situações provocadas pelo desemprego, colocam às instituições sociais novos desafios, obrigando-as a readaptar-se e a procurar novas soluções para responder às inúmeras necessidades e carências das pessoas, que são cada vez maiores.
Por isso, o Baião Canal/Jornal esteve à conversa com o senhor Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Baião, José Manuel Carvalho, conversa esta a que poderá assistir, na integra, no vídeo apresentado em baixo.
Iremos prosseguir este ciclo de conversas e de entrevistas, no sentido de conhecer e dar a conhecer a realidade social e económica de Baião e as instituições e seus dirigentes que visam responder às mais diversas necessidades e carências do Concelho de Baião.
O Baião Canal/Jornal agradece a disponibilidade da Santa Casa da Misericórdia de Baião e em particular ao senhor Provedor, por nos ter recebido e proporcionado esta entrevista, no sentido de darmos a conhecer melhor as Instituições Sociais e a realidade social de Baião.
A Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Baião, foi fundada no dia 22 de fevereiro de 1933. É uma corporação perpétua de assistência e utilidade pública. De personalidade jurídica canónica e civil, a Misericórdia de Baião, bem cedo se organizou com o fim específico de praticar obras de misericórdia “corporais e espirituais”, gozando de autonomia administrativa e da confiança dos seus benfeitores.
A Santa Casa da Misericórdia de Baião integra-se na União das Misericórdias Portuguesas (UMP), união esta que foi criada em 1976 para orientar, coordenar, dinamizar e representar as Santas Casas de Misericórdia, defendendo os seus interesses e organizando serviços de interesse comum.
Relatório de Actividades e Contas de Gerência 2021
Para dar cumprimento ao estabelecido no Compromisso desta Instituição, a Mesa Administrativa coloca à apreciação dos Irmãos e publicamente, o Relatório de Actividades e Contas de Gerência.
De acordo com os princípios orientadores, a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Baião, iniciou as suas actividades pela “construção, sustentação e administração” do Hospital, que abriu as suas portas aos doentes em 1 de Janeiro de 1957. Destinado, especialmente, ao tratamento gratuito de todos os enfermos, indigentes e desvalidos e por socorrer os irmãos pobres no seu domicílio.
Onze anos após a nacionalização do Hospital, a Misericórdia regressa à área da saúde, ao implementar em 1995 uma Clínica Médica com diversas especialidades clínicas, bem como um Centro de Medicina Física e de Reabilitação, colmatando assim uma grave carência do Concelho e da sua população.
Lar de São Bartolomeu
Com a nacionalização do seu Hospital em 1974, a Misericórdia de Baião, incidiu o seu raio de acção no apoio e protecção à população idosa e dependente do concelho. Tendo como objectivo prioritário aumentar e melhorar os serviços prestados, esta Misericórdia inaugurou em 1 de Dezembro 1987 um Lar de Idosos com capacidade para 65 camas. Pretendia-se com a criação desta valência, contribuir para a melhor integração da população idosa num novo espaço social, na defesa e promoção dos seus direitos, sendo o idoso encarado na sua vertente mais global, isto é, como total agente de direitos e deveres, nas diferentes áreas que ocupa, quer seja na Saúde, Segurança Social, Actividades de Vida Diária e lazer.
Em relação às pessoas com deficiência, a Misericórdia implementou em Outubro de 1995 um Centro de Actividade Ocupacionais (C.A.O.), dirigido a jovens e adultos portadores de deficiência grave e/ou profunda.
Centro de Formação Profissional
Posteriormente, veio implementar um Centro de Formação Profissional em Setembro de 1997, dirigido a jovens e adultos portadores de deficiência mental, sensorial ou motora, ligeira ou moderada ou ainda evidenciando dificuldades intelectuais e de integração.
Lar de Santa Marinha do Zêzere
Em 17 Dezembro de 2001 inaugurou um Lar de Idosos em Santa Marinha do Zêzere. Mais tarde, implementou a valência do Apoio Domiciliário, da qual saíram dois protocolos com a Segurança Social: um para Apoio Domiciliário Tradicional e um para Apoio Domiciliário Localizado.
No dia 1 de Abril de 2005, esta Instituição assinou um protocolo com a Segurança Social, no âmbito do Rendimento Social de Inserção (RSI), com o objectivo de acompanhar os beneficiários da medida, através da elaboração de programas de inserção.
Em 10 de Abril de 2007, assinou um Protocolo tripartido com o Instituto da Segurança Social e a Câmara Municipal de Baião, para a concretização do Programa CLDS (Contrato Local de Desenvolvimento Social), projecto pioneiro no País, que visa a promoção da inclusão social dos cidadãos através de acções cujo objectivo é o combate à pobreza e exclusão social em territórios deprimidos.
Centro de Actividades Ocupacionais de Mesquinhata
No dia 24 de Maio de 2007, no âmbito do Programa PARES, assinou o contrato de comparticipação financeira com o Instituto da Segurança Social, com vista à construção de um novo Centro de Actividades Ocupacionais (CAO) na freguesia de Mesquinhata, para cidadãos com deficiência do Concelho de Baião, inaugurado no dia 19 de Julho de 2009.
O Serviço de Apoio Domiciliário Tradicional da Santa Casa da Misericórdia de Baião, presta apoio a 25 utentes, e é orientado por uma Técnica de Serviço Social.
Os serviços prestados por esta valência, prendem – se com quatro eixos:
Alimentação
Tratamento de roupas
Higiene Pessoal
Higiene Habitacional
APOIO DOMICILIÁRIO LOCALIZADO
O Apoio Domiciliário localizado é um serviço atípico, protocolizado com a Segurança Social, que dá resposta a 8 utentes nas suas residências, e é acompanhado por uma Técnica de Serviço Social.
Os serviços prestados no domicílio são os seguintes:
Alimentação
Tratamento de roupas
Higiene Pessoal
Higiene Habitacional
Acompanhamento a consultas
Colaborações
Procurando contribuir, com os seus equipamentos e valências, para a satisfação das reais necessidades do Concelho, a Misericórdia de Baião tem vindo a colaborar estreitamente com diversas instituições congéneres, governamentais, ou de interesse público.
Associações/Parcerias
A Santa Casa da Misericórdia de Baião é membro fundador da União das Misericórdias Portuguesas, é associada da Rede Europeia Anti-Pobreza (R.E.A.P.N.), Cooperativa Dólmen, e mantém acordos de cooperação com diversos organismos governamentais, nomeadamente: Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, Ministério da Saúde e Instituto de Emprego e Formação Profissional (I.E.F.P.). Colabora também com a AMI e Banco Alimentar nas suas diversas iniciativas e actividades.
Em tempos de pandemia e com os números de contágio a subir torna-se impreterível abordar os eventos numa vertente mais adaptada a esta realidade.
Assim sendo, e à imagem do que se passou no ano transato, a Câmara Municipal de Baião desafiou os restaurantes do concelho no sentido de criar um evento descentralizado de promoção da gastronomia local, que respeite as diretrizes da Direção-Geral de Saúde.
José Lima, Vereador dos Assuntos Económicos, referiu que “como fazemos sempre, também este ano quisemos realizar uma iniciativa que promovesse o Anho Assado e os nossos produtos locais”.
“No entanto, perante este contexto de pandemia e à semelhança do que ocorreu no ano passado, alteramos o modelo e optamos por este formato que reúne menos pessoas, mas abrange vários pontos do nosso território. Este ano iremos promover esta iniciativa no final de julho, e início de agosto, nos restaurantes do nosso concelho que aderiram, e seguindo os seus planos de contingência”, acrescentou o Vereador.
O autarca lançou ainda o convite para que “visitem Baião e desfrutem da qualidade da nossa gastronomia, dos nossos vinhos e dos nossos produtos locais, que ainda se tornam mais especiais devido à simpatia e hospitalidade baionense”, deixando ainda o alerta de que “iremos acompanhar a evolução da situação em permanência, podendo a mesma não se realizar caso haja uma subida dos números que o impeça”.
Esta iniciativa acontecerá à hora do almoço e jantar e será abrilhantada por um trio elétrico com animação que percorrerá as principais artérias de todas as freguesias.
O Fim de Semana do Anho Asado será alargado aos seguintes restaurantes e deverá efetuar a reserva antecipadamente para os números abaixo indicados:
A História, dizem-nos, é feita de vencedores e só a estes é reconhecido o papel de ícone nas imagens integradas nos seus tratados.
Há quem diga que para analisar alguns dos protagonistas da História o tempo de análise é sempre cedo e que é preciso distância e equilíbrio para haver isenção.
Sei que há exemplos casuísticos que provam todas estas teorias assim como, muitas vezes, essa justificação se torna útil para negar as verdades de alguma História contemporânea.
Tudo isto acontecerá depois de hoje, dia em que Otelo Saraiva de Carvalho, nos deixou.
A sua acção estratégica no desenvolvimento do 25 de Abril de 1974 será certamente menorizada por diversos sectores que ou são nostálgicos do período fascista ou sobrevalorizam acusações posteriores, de índole política.
Nenhum ser humano é perfeito e a História, ela própria, revela-se, amiúde, desmentida por aquisições e estudos que demonstram que a verdade de então pode ser posta em causa em tempos vindouros.
A História é muitas vezes escrita e contada em “fatias”. “Isto” deve ser destacado em detrimento “daquilo”. E o “isto” ganha lugar cimeiro obliterando tudo o que a liberdade ganhou com a ousadia dos Capitães de Abril e, obviamente, Otelo Saraiva de Carvalho.
Conheci-o bastante bem! Na campanha presidencial de 1976, principalmente a norte, na Comissão Coordenadora da Comissão Pró-Amnistia “Otelo e Companheiros” e mais tarde quando integrou o Conselho Consultivo da Associação José Afonso sendo que era o seu sócio número dois.
A honestidade intelectual, o desapego a cargos ou medalhas, a disponibilidade inquieta e muitas vezes apenas emocional para o apoio a todas as causas que valiam a pena deve fazer de Otelo Saraiva de Carvalho um símbolo absoluto da liberdade, essa liberdade que outorga aos seus inimigos o privilégio de poderem dizer as asneiras e os disparates que lhes vêm à cabeça.
A História vai registar Otelo Saraiva de Carvalho como um homem não consensual. Dará jeito, seguramente, para iludir as questões centrais no empenho pela liberdade.
Otelo Saraiva de Carvalho era mais um que não “ia em “futebois”, não bajulava os poderes políticos, nem se passeava nas parangonas da luminosidade ridícula de alguma comunicação social. Quase de certeza que não haverá dias de luto nacional. Por mim, fico satisfeito por não assistir a mais um acto de demagogia e embuste.
Otelo Saraiva de Carvalho estava internado no Hospital Militar de Lisboa, onde veio a falecer com 84 anos (1936-2021).
Morreu o homem que vivia uma indignação constante perante as injustiças e desigualdades que via acentuar-se em Portugal, tendo chegado a referir que o 25 de Abril não foi feito para isto.
Quem o conheceu, refere que era um homem polémico ou desconcertante, mas generoso, incorruptível e inesquecível:
Desconcertante, porque se indignava ao tomar consciência de que tinha liderado uma Revolução que não seguiu o seu propósito inicial.
Desconcertante, porque vinha assistindo à cavalgada de uma "democracia com fatinho de pronto-a-vestir a que nem sequer os financiadores autorizaram ajustamentos. Aquela roupagem de amanuense que Eça de Queiroz, um génio, como o padre António Vieira, ou Pessoa, diziam dever ser feita na adaptação do regime político português aos da Europa: uma democracia que nos ficava sempre comprida nas mangas e curta nas calças, ou ao contrário".
Desconcertante, porque se indignava ao tomar consciência de que há homens e mulheres a levantar-se às 5 ou 6 horas da manhã, para irem executar os mais duros trabalhos, cinco ou seis dias por semana, e a chegar a casa depois das 20 horas, ganhando um misero salário mínimo.
Indignado por tomar consciência do nível de vida dos portugueses e do valor das reformas que a esmagadora maioria dos idosos da sua geração têm hoje em dia, depois de décadas de trabalho duro.
Otelo era uma figura maior do que aquilo que a história tem vindo a retratar. Mas, com o passar do tempo, a história julgará a sua coragem, o seu arrebatamento e até os seus erros, porque o próprio também os admitia. Mas ficará para sempre na memória de todos portugueses como um dos grandiosos símbolos de Abril, da libertação dos portugueses e da Liberdade.
Os Capitães de Abril foram os libertadores de Portugal.
E Otelo Saraiva de Carvalho foi o seu orientador.
Referem os seus colegas e amigos que, à época, "era o militar que melhor entendia a "atmosfera social" e tinha um instinto apurado para a orientação e organização estratégica".
Foi Otelo quem escolheu o tema Grândola Vila Morena para senha do 25 de de Abril. Zeca Afonso apoiou a sua candidatura à presidência da República, em 1976 e em 1980.
Que os portugueses saibam respeitar a sua memória.
Foi ele que abriu as portas do golpe de Estado aos portugueses para estes fazerem uma revolução.
Otelo Saraiva de Carvalho conseguiu “de forma genial derrubar a ditadura sem sangue".
Otelo Saraiva de Carvalho dizia: “Façam tudo, mas evitem qualquer tipo de violência“
Sem Otelo e sem os seus camaradas, que tiveram a capacidade e coragem para avançar, a ditadura não teria sido derrubada nem teria sido aberto o caminho para a democracia e para a luta popular.
Chegou a referir Zeca Afonso, que eram "os melhores anos da nossa vida".
Pois que saibamos preservar os Valores de Abril!
«O 25 de Abril não foi uma vitória operacional, foi psicológica.»
Paulo Moura, jornalista do Público e autor da Biografia do Otelo Saraiva de Carvalho, referiu que "foi o princípio da mudança e esse princípio tem o nome de Otelo Saraiva de Carvalho".
Em Março de 2020, segundo a revista Visão, esteve treze dias hospitalizado devido a uma insuficiência cardíaca.
Otelo Saraiva de Carvalho nasceu em Moçambique, na antiga cidade de Lourenço Marques, em 1936. Foi capitão em Angola entre 1961 a 1963 e na Guiné entre 1970 e 1973.
Foi o responsável pelo sector operacional da Comissão Coordenadora do MFA (Movimento das Forças Armadas), o movimento militar que pôs fim à ditadura do Estado Novo. Com a responsabilidade das operações militares do 25 de Abril, Otelo dirigiu as acções da revolução a partir do posto de comando instalado no Quartel da Pontinha, em Lisboa.
Graduado em brigadeiro, chegou a comandante da COPCON (Comando Operacional do Continente, um comando militar criado pelo MFA) a 23 de Junho de 1975, tendo sido afastado do cargo após o 25 de Novembro de 1975. Nessa altura, quando dirigiu o COPCON, Otelo tinha um “poder legal e imenso”, segundo a biografia “Otelo, o Revolucionário”, de Paulo Moura, ex-jornalista do PÚBLICO.
Conotado com a ala mais radical do MFA, Saraiva de Carvalho foi preso na sequência dos acontecimentos do 25 de Novembro e solto três meses mais tarde, tendo sido candidato às eleições presidenciais de 1976 e às de 1980, em que ganhou o general Ramalho Eanes. Nesse mesmo ano fundou o partido Força de Unidade Popular (FUP), um partido na área do “socialismo participado" e que foi extinto em 2004.
Em 1985, Otelo foi preso pelo seu papel na liderança das FP-25 de Abril, uma organização terrorista de extrema-esquerda, que operou em Portugal entre 1980 e 1987, e à qual foi imputada a autoria de 13 mortes e de dezenas de atentados.
Foi libertado cinco anos mais tarde, após ter apresentado recurso da sentença condenatória, ficando a aguardar julgamento em liberdade provisória.
Em Junho de 1991, o Parlamento aprovou uma lei de amnistia, promulgada pelo então Presidente da República Mário Soares, mas que não abrangia os acusados de actos de terrorismo. Em 1996 foi aprovada uma lei que amnistiava “as infracções de motivação política cometidas entre 27 de Julho de 1976 e 21 de Junho de 1991”, mas não abrangia os crimes de sangue. O julgamento dos crimes de sangue, em que Otelo também foi acusado a par de outros 70 réus, iniciou-se em 1991 e durou 10 anos. O colectivo de juízes reconheceu que os crimes existiram mas não conseguiu
Na biografia de Paulo Moura, Otelo assume a sua bigamia. “Aparece em público com elas, não mente a nenhuma, trata-as por igual. Também nisso é organizado. De segunda a quinta vive numa casa; sexta, sábado e domingo passa-os na outra”, lê-se na introdução do livro.
O Comando Territorial do Porto, através do Posto Territorial de Lordelo, hoje, dia 22 de julho, apreendeu diversos artigos contrafeitos, no valor estimado de dois mil euros, no concelho de Paredes.
No âmbito de uma fiscalização de trânsito, os militares da Guarda abordaram um veículo, tendo o seu condutor adotado um comportamento suspeito. No seguimento da ação policial, foi feita uma busca ao veículo, onde foi possível verificar a existência de artigos contrafeitos de diversas marcas de vestuário e calçado para posterior venda ao público, culminando na sua apreensão.
O suspeito, um homem de 42 anos, foi constituído arguido, e os factos foram remetidos ao Tribunal Judicial de Paredes.
A Guarda Nacional Republicana relembra que o objetivo principal deste tipo de ações é garantir o cumprimento dos direitos de propriedade industrial, visando essencialmente o combate à contrafação, ao uso ilegal de marca e à venda de artigos contrafeitos.
O atleta de 49 anos foi encontrado numa ravina a cerca de 700 metros do percurso da prova que decorreu na Serra da Aboboreira/Marco de Canaveses.
Terá caído desorientado, após ter sido visto pelos colegas sentado, tendo referido que estava a recuperar e que iria seguir o trilho da prova. Lamentavemente terá ficado desorientado e veio a cair entre os arbustos.
O atleta foi encontrado após se ter deslocado para o local uma equipa para localizar o dorsal do atleta, que contém um chip de localização. Terá sido através desses sensores que foi possível localizar o dorsal e nas proximidades o corpo de Marílio Costa Leite.
Não se compreende porque demoraram tanto tempo a deslocar-se para o local com a tecnologia rastreadora e de identificação do dorsal, sendo que a organização tinha essa tecnologia instalada nos dorsais.
A zona onde apareceu o corpo do atleta já tinha sido varrida, mas como era de difícil visibilidade e o corpo encontrava-se entre os arbustos, não foi possível encontra-lo mais cedo.
Agora, só a autópsia podera revelar as causas da morte. Contudo, referiu a GNR local que não parece haver indício de crime.
A equipa do atleta que está desaparecido, Marilio Leite, partilhou a foto que regista o último momento do atleta ainda em prova, e pedem que partilhem a informação e ajudem nas buscas. Quem tiver alguma informação contacte 910066908 ou 962320520 ou avise a GNR local.
As buscas foram retomadas esta segunda-feira. Chegou a ser visto por colegas da prova com ar cansado, tendo algumas trstemunhas referido que o viu magoado e sentado, tendo este referido que estava a recuperar antes de continuar. Refere um colega de equipa que ele deve ter dado uma queda, mas o certo é que não o conseguiram enciontrar no trilho da prova. Poderá ter-se perdido e seguido por outros trilhos.
As buscas continuam e o que terá estado na origem do desaparecimento ainda não foi apurado.
O Semanário de Felgueiras refere que "já começam a surgir alguns relatos sobre os últimos momentos, em que Marílio Costa Leite, foi visto. Segundo o que apurou este jornal, "alegadamente, este atleta, terá demonstrado que não estava em condições de continuar o Trail, por “indisposição”."
Terá parado para “descansar”, a poucos quilómetros da meta, segundo o relato de outros atletas que estavam na prova e pedido “que continuassem o percurso, normalmente”.
Um casal terá ainda visto o atleta sentado numa pedra, com “ferimentos na perna”, mas depois deste momento, ninguém viu mais este felgueirense.
As buscas continuam e o que terá estado na origem do desaparecimento ainda não foi apurado."
O ex-chefe da Guarda Prisional de Paços de Ferreira foi condenado, nesta segunda-feira, a 13 anos de prisão, por tráfico de droga, branqueamento de capitais e corrupção (passiva).
O antigo responsável foi considerado o "correio de droga" para três reclusos do Estabelecimento Prisional entre 2012 e 2018, período durante o qual foi movimentada heroína, cocaína e haxice, além de dezenas de milhares de euros.
Os outros três cabecilhas da rede de tráfico foram condenados a penas entre sete e 12 anos pelos mesmos crimes, sendo a corrupção, no caso, ativa.
No total, foram a julgamento 21 arguidos, tendo seis sido absolvidos e os restantes sentenciados com penas menores.
Para o coletivo de juízes, presidido por Maria Judite Fonseca, ficou provado que o então chefe da guarda prisional José Coelho “serviu de correio de droga dos arguidos Joel Rodrigues, Mário Barros e José Oliveira, que, de forma autónoma”, se dedicavam à venda de cocaína, de haxixe, de heroína, de telemóveis e de outros bens ilícitos, no interior da cadeia de Paços de Ferreira, no distrito do Porto.
Pela introdução de “quilos” de estupefaciente e de bens ilegais no estabelecimento prisional, o ex-chefe da guarda prisional, de 62 anos e em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Évora, recebeu destes arguidos quantias monetárias, as quais não foi possível apurar.
No interior da prisão, os principais arguidos contavam depois com a “colaboração e a ajuda” de outros reclusos, igualmente arguidos no processo, na venda do estupefaciente e dos bens ilícitos a outros reclusos.
Na deliberação “unânime”, de quase 600 páginas, o coletivo de juízes foi particularmente crítico em relação à atuação do então guarda prisional.
Na leitura do acórdão, que decorreu num Pavilhão anexo ao Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira, sob fortes medidas de segurança, o coletivo de juízes deu como provado a maioria dos factos constantes da acusação do Ministério Público e do despacho de pronúncia.
Chegou o verão, as idas à praia ou à piscina, o que deveria ser sinónimo de felicidade, mas nem sempre o é. A submissão a imagens estereotipadas de corpos perfeitos atinge, no verão, o seu máximo, com todo o desconforto a ela associada.
A imagem corporal é a perceção que uma pessoa tem do seu próprio corpo e os pensamentos e sentimentos que resultam desta perceção. Esses sentimentos podem ser positivos, negativos ou ambos e são influenciados por fatores individuais e ambientais. A imagem corporal é a representação mental do nosso corpo, é a forma como vemos e pensamos o nosso corpo, também é a forma como acreditamos que os outros nos veem. Nesta representação importa reter que as crenças sobre a imagem de si combinam as memórias, suposições e generalizações sobre o corpo. Como falamos de perceção, nem sempre se tem a representação correta do corpo que existe na realidade. A insatisfação com o corpo é um processo interno mas é influenciado por fatores externos, pelo meio e pelas pessoas que nos circundam, na atualidade, as redes sociais têm um forte impacto na forma como cada um de nós se vê e se sente sobre si mesmo. Claro está que em meios e situações em que a aparência é idealizada e é valorizada de forma excessiva existe um maior risco de se desenvolver uma insatisfação corporal havendo uma tentativa de a melhorar, às vezes colocando em risco a saúde mental e física, com o desenvolvimento de distúrbios alimentares e de outras patologias. Todos os dias somos bombardeados com imagens de aparência irrealistas, inatingíveis e altamente estilizadas que têm sido fabricadas através de manipulação digital e não podem ser alcançadas na vida real. Aqueles que sentem que não estão à altura, em comparação com estas imagens, podem experimentar insatisfação corporal intensa, que é prejudicial para o seu bem-estar psicológico e físico. Sempre que as pessoas internalizam um objetivo impossível de alcançar, isso leva a que se sintam inadequadas e que desenvolvam sentimentos de elevada frustração e uma auto-estima pobre.
Há cada vez mais pessoas a envergonharem-se do seu corpo e da sua imagem e que, paralelamente, fazem comentários depreciativos sobre os corpos e imagem que os outros têm (body shaming). É cada vez mais frequente o desrespeito pela liberdade individual de ter esta ou aquela caraterística física, como se devêssemos ser todos e todas iguais. Ninguém fica alheio à quantidade de filtros usados nas fotografias das redes sociais. De facto, os e as jovens parecem ser os mais permeáveis a este fenómeno, que também acontece entre os adultos.
Todos e todas nós temos dias em que nos sentimos estranhos ou desconfortáveis nos nossos corpos, mas a chave para desenvolver uma imagem corporal positiva, é reconhecer e respeitar a nossa forma natural e aprender a dominar os pensamentos e sentimentos negativos em relação ao nosso corpo. Precisamos de conviver de forma saudável com a diversidade de pessoas, de corpos e formas que nos rodeiam. Precisamos de nos erguer contra a imagem perfeita que nos entra pela casas dentro todos os dias, que vemos em anúncios e nas redes sociais, percebendo que são imagens estilizadas, estereotipadas e que não são reais. Precisamos de aprender a viver dentro e fora do nosso corpo.
Quando falamos de Família falamos de uma estrutura que, ao longo dos tempos, tem tido diferentes representações. Durante séculos, a visão da família era vista, pelo menos nas sociedades ocidentais, numa perspectiva romântica, de família nuclear e quase triangulada, sendo que em lugar preponderante se encontrava o pai, depois a mãe e depois, os filhos. Falamos aqui das sociedades patriarcais, em que o homem era o chefe da família, dono e senhor. A mulher tinha um papel secundário e as crianças, até por razões afectivas ocupavam um lugar muito inferior na estrutura familiar e na sociedade. Não nos podemos esquecer que a taxa de mortalidade infantil era enorme e as relações de vinculação e afeto eram “construídas” com o crescimento, como forma de sobrevivência à perda. As crianças eram tidas como “homúnculos”, como “ainda nãos”, como homens e mulheres de futuro.
Diga-se em abono da verdade que falamos das famílias ocidentais e da sociedade ocidental. Outras organizações familiares existiam e existem em sociedades orientais, africanas e/ou tribais.
Os finais do séc. XIX e inícios do séc. XX trouxeram grandes inovações, a saber: a descoberta e disseminação da vacina e a melhoria da alimentação diminuiu a mortalidade e, muito particularmente, a mortalidade infantil, o que permitiu que a perda e o luto se tornassem menos obstrutivas à criação de afetos e a colocar a criança como membro da família desde sempre; as ideias de igualdade de direitos da mulher, a descoberta dos métodos contraceptivos e a entrada da mulher no mundo do trabalho, trouxeram outras tantas reformas e transformações, quer a nível da estrutura e dinâmicas familiares, quer a nível da organização social.
A mulher passa a depender menos economicamente do homem, caminha-se para a igualdade de direitos e a introdução do planeamento familiar conduziram a uma diminuição da natalidade. As crianças começam a escassear e tornou-se imperativo protegê-las.
A Convenção dos Direitos da Criança veio afirmar a criança como sujeito de direitos humanos. É o documento mais universal algum dia feito. Foi subscrito por quase todos os países.
Isto traz uma nova visão de família onde já não cabem as expressões: “cresce e aparece” ou “canalha não vai a votos”, entre outras, depreciativas e desqualificantes da condição de ser criança como sujeito de direitos.São os direitos humanos das crianças que se afirmam.
Se antes falávamos de uma família patriarcal em que ao homem competia ganhar para casa, sustentar a família, e à mulher a vida doméstica e o cuidar dos filhos, começamos e ter um outro olhar sobre a família. Homem e mulher trabalham, dividem tempos e partilham tarefas.
São os afetos o grande pilar da família e esta perspetiva traz-nos uma verdadeira revolução na forma de ver a família enquanto estrutura nuclear e fundamental. Mas permite-nos, também, perceber novos modelos de família.
Se os afetos passam a ser o denominador comum e fundamental, se a lei evoluiu ao ponto de aceitar o divórcio e acabar com os litígios enquanto permite que, mesmo um divórcio não consentido possa ser feito, há claramente um salto civilizacional. A família é família biológica, mas é, sobretudo, família de afetos, biológica ou não.
Abandona-se, também, esta ideia quase obsessiva, que família é a família nuclear, composta por pai, mãe e filhos.
Com a legitimação da dissolução dos casamentos e mais ainda com a aceitação das famílias homossexuais, a transformação social em curso é imensa. Temos novos modelos de famílias e todas elas podem ser funcionais e estruturadas. Podemos falar de família biológica, nuclear e/ou alargada; monoparental ou biparental; heterossexual ou homossexual ou ainda outras formas de organizações familiares. Todas podem ser funcionais ou disfuncionais, estruturadas ou destruturadas em função das relações interpessoais e intrafamiliares que conseguem estabelecer, dos rituais e rotinas que estabelecem, porque são estes que são securizantes, geradores de laços de afetos e de agregações adequadas e fortes, se adequados e saudáveis.
Claro que estes novos modelos de famílias trazem alguns problemas, não tanto por eles, mas porque, maioritariamente, não temos uma sociedade preparada para a aceitação e o respeito pela diferença.
Estão em vigor as medidas e ações especiais de prevenção contra incêndios florestais.
Relembramos que é proibido:
- Fazer queimas de matos e sobrantes florestais cortados e amontoados;
- Fazer queimadas fitossanitárias sem licença da Câmara Municipal;
- Fazer lume ou fogueiras para refeições ou aquecimento, exceto nos locais expressamente previstos para o efeito em parques de lazer, de recreio e em habitação própria;
- O lançamento de balões com mecha acesa ou foguetes;
- O uso de fogo-de-artifício sem autorização do local pela Câmara Municipal;
- Fumigar ou desinfestar apiários, exceto se os fumigadores estiverem equipados com dispositivos de retenção de faúlhas;
- Fumar ou fazer qualquer tipo de lume nos espaços florestais;
- Fazer circular tratores, máquinas e veículos de transporte pesados que não possuam extintor, sistema de retenção de faúlhas ou faíscas e tapa chamas nos tubos de escape ou chaminés;
- Circular nos espaços florestais quando é emitida Declaração de Alerta para Risco de Incêndio Florestal.
Proteja a floresta dos incêndios. Cumpra as normas de segurança!
Comecemos pela final do Euro-2020, cuja final colocou frente a frente a Itália e a Inglaterra. O que esteve em disputa não era só um título mas também os valores da humanidade. Além do jogo, surgiram exemplos de violência, de racismo, de intolerância, revelando uma face verdadeira de um dos maiores flagelos deste tempo. Muitos adeptos ingleses revelarammuitas dificuldades em aceitar a tolerância e continuam a manter ódios desprezíveis. Entre muitos casos, o avançado Rashford, um exemplo de solidariedade para as crianças com dificuldades económicas, «aceitou as críticas ao desempenho, mas nunca ao seu caráter». O selecionador inglês, após não conseguir o título nas grandes penalidades, deixou umaimagem de grande dignidade ao assumir totalmente a derrota e ao condenar o racismo com frontalidade: Southgate deu lição para nunca ser esquecida!
Vencer o esquecimento é tarefa que cada geração tem de saber fazer com exigência.
Assim nascem diálogos geracionais e se partilham segredos únicos.
O movimento associativo desportivo traz consigo exemplos de cidadania e de identidade das regiões.
À falta de iniciativas institucionais (que as Associações Distritais de Futebol deveriam coordenar e incentivar, mas desvalorizam com o tempo e alguma egoísmo), cada clube, cada localidade, deveria criar movimento para convidar sócios, simpatizantes, atletas, dirigentes, atuais e do passado, para recolherem um património singular: fotos, equipamentos, bandeiras, troféus, bilhetes, cartões, recortes de jornais, memórias e tudo o que conseguissem recolher relativo ao clube onde vive ou viveu. Até entrevistas aos sócios fundadores, se existirem, e a antigos atletas, dirigentes e adeptos.
Esse espólio, identificado e com menção do seu possuidor, deveria ser exposto (na sede, na Junta de Freguesia, Câmara Municipal, ou outro que entendam mais adequado), com dia oficial para apresentação pública à comunidade. Desse acontecimento, além das referências da imprensa (local e nacional) poderia ser criado um vídeo/filme que permita divulgação nas redes sociais (para ter um destino mais universal e chegar aos nossos emigrantes e não só).
O nascimento de clubes representou um esforço e coragem meritória ao serviço da comunidade. Todos os clubes nasceram grandes: no querer, na ousadia, no amor à terra, na amizade.
Numa época em que os clubes milionários mundiais inundam o espaço informativo, pouca gente terá a noção da grandeza da tarefa de criar um novo clube nos tempos idos.
Uma grande parte do nascimento dos clubes, começou a intensificar-se nos finais da Monarquia e nos inícios da República.Tempos controversos, de grandes incertezas e sofrimento (que ironia as coincidências com a actualidade?!). Ao longo dos tempos, foram muitas as dificuldades, as diferenças de tratamento, mas o clube onde cada um se criou, nunca deixa de sero seu mundo inicial, das primeiras atitudes, de convívio que permitiu entender os outros e o valor do diálogo, sem vencedores nem vencidos.
Essas amizades voltam às memórias e damos conta que o “nosso” clube original merece um agradecimento e um dia para nos unirmos novamente e, em cada ano, termos um verdadeiro “dia do clube”.
O convívio entre gerações traz imensosbenefícios, uma tolerância inteligente e a capacidade para regressarem diálogos na nossa língua comum, sem aviltamentos, mas com afeto.
Não se trata de um regresso ao passado, mas antes, com a lição do passado, ganharmos competência para um futuro sem esquecimentos. Em conversas com netos e amigos, conseguimos viajar no tempo, sem tristezasmas com prazer, num entendimento alargado. Por isso, o movimento associativo desportivo (como de muitas outras áreas da nossa sociedade) merece que cuidemos dele como flor única, sem presunções mas com a humildade de estar rodeado de amigos que partilharam um mesmo sonho e o tornaram realidade.
Por vezes, a tendência do gigantismo das instituições que procuram mais poder, esquece que o mais importante é simples: diálogos com amizade.
Aceitem o desafio e quem sabe não ajudam a criar mais um dia para festejar: “O dia do meu primeiro clube”.
Albergaria-a-Velha Albufeira Alcochete Almada Amadora Arruda dos Vinhos Aveiro Avis Barreiro Benavente Cascais Elvas Faro Ílhavo Lagoa Lagos Lisboa Loulé Loures Lourinhã Mafra Matosinhos Mira Moita Montijo Nazaré Odivelas Oeiras Olhão Oliveira do Bairro Palmela Peniche Portimão Porto Santo Tirso São Brás de Alportel Seixal Sesimbra Setúbal Silves Sines Sintra Sobral de Monte Agraço Vagos Vila Franca de Xira Vila Nova de Gaia Viseu
Concelhos em risco elevado
Alcobaça Alenquer Arouca Arraiolos Azambuja Barcelos Batalha Bombarral Braga Cantanhede Cartaxo Castro Marim Chaves Coimbra Constância Espinho Figueira da Foz Gondomar Guimarães Leiria Lousada Maia Monchique Montemor-o-Novo Óbidos Paredes Paredes de Coura Pedrógão Grande Porto de Mós Póvoa do Varzim Rio Maior Salvaterra de Magos Santarém Santiago do Cacém Tavira Torres Vedras Trancoso Trofa Valongo Viana do Alentejo Vila do Bispo Vila Nova de Famalicão Vila Real de Sto António
Concelhos em alerta
Águeda Alcoutim Aljustrel Amarante Anadia Cadaval Caldas da Rainha Castelo de Paiva Estarreja Fafe Felgueiras Guarda Marco de Canaveses Marinha Grande Mogadouro Montemor-o-Velho Murtosa Ourém Ovar Paços de Ferreira Penafiel Santa Maria da Feira São João da Madeira Serpa Valpaços Viana do Castelo Vila do Conde Vila Real Vila Viçosa Vizela
Uns têm de prestar caução de cinco milhões de euros, outros de três milhões e alguns outros de seiscentos mil euros.
São verbas que não entram no meu imaginário porque tento sempre converter em escudos e não chego a conclusão nenhuma!
Sei bem que ainda não expirou o prazo da prestação das respectivas garantias, mas estou atento.
Tendo em conta que há patrimónios individuais que se resumem a garagens e palheiros assola-me a comiseração: como vai esta gente conseguir pagar as cauções estipuladas em tribunal?
Que tal uma “vaquinha” para conseguir angariar, solidariamente, tais importâncias para que esta rapaziada possa viver na liberdade que conquistaram, dizem as “más línguas”, à custa da trapaça, da corrupção e da aldrabice?
Eu, por mim, entro com cinco quadros que copiei à má fila deum museu madeirense e com três camisolas contrafeitas, de águia ao peito, que surripiei sorrateiramente numa loja de conveniência.
Mas isso sou eu, a título individual.
E a chamada comunicação socialresponsável e atenta à suposta verdade dos factos: vai escrutinar de onde virão essas cauções? E vai questionar como é que se podem concretizar tais garantias quando não se têm bens registados que o permitam?
Não, não vai fazer nada disso! Vai é tentar descobrir onde surripiei as camisolas contrafeitas!
Os “fait divers” vão tomar conta do assunto! É o que temos!
Agora mais a sério: há seres humanos em África e furar canalizações para ter água para beber.
Há fábricas de vacinas para o Covid 19 na Índia sem que a respectiva população lhes tenha acesso.
Há gente em Portugal sem o mínimo de condições de habitação, paz, comida e respeito enquanto seres humanos.
Há gente de bem que desespera por um qualquer empréstimo bancário para conseguir umas dezenas de milhares de euros para adquirir habitação digna, própria e permanente.
Toda esta gente tem um azar: ou vive na miséria, ou não tem dinheiro ou pede pequenos empréstimos.
Pois, sendo lugar comum e uma “lapalissada”, aqui vai: dever mil euros a um banco é um problema de quem deve. Dever um milhão…é um problema do banco.
Prejuízos, deficits, amortizações, provisões, ofertas públicas de venda, - com ou sem Fundo de Resolução ou com mais ou menos Fundações - sempre seresolvemem nome das normas contabilísticas adaptadas às circunstâncias que derem mais jeito.
O Comando Territorial do Porto, através do Posto Territorial de Felgueiras, ontem, dia 11 de julho, deteve dois homens de 36 e 37 anos, por tráfico de estupefacientes, no concelho de Felgueiras.
No âmbito de uma ação de fiscalização rodoviária, os militares da Guarda abordaram dois veículos, e durante a fiscalização os condutores evidenciaram comportamentos suspeitos. No seguimento da ação policial, foram efetuadas duas buscas em veículos, tendo sido possível apreender o seguinte material:
• 43 doses de cocaína;
• 20 doses de heroína;
• Duas viaturas;
• Um telemóvel;
• 150 euros em dinheiro.
Os suspeitos, com antecedentes criminais, foram detidos, constituídos arguidos e os factos remetidos ao Tribunal Judicial de Felgueiras.