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BAIÃO CANAL - Jornal

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Manuel Cardoso (Paradela) | Música Programática 

Manuel Cardoso

Sintetizando, programática será a música descritiva, que tem como motivo apelar á imaginação do ouvinte a chamar ideias ou imagens extra-musicais na imaginação do ouvinte, representando musicalmente uma cena, uma imagem, ou estado de espirito.

Na realidade só há música programática “quando os meios musicais são empregados, não segundo uma lógica musical mas segundo uma lógica extra-musical” (W.Fischer).

Portanto o elemento mais característico será sempre uma certa capacidade descritiva, porém, não implica que uma música descritiva deva produzir música programática, dado que esta para ser autêntica deverá sempre evocar acontecimentos  extra-musicais por meios musicais. Aliás a expressão música descritiva é em si mesma antagónica ao bom senso, dado que a música por natureza não tem capacidade de descrição como a palavra, apenas podendo ser imitativa e sugestiva.

É com Richard Strauss que o estilo programático atinge o apogeu das suas possibilidades, embora as suas preocupações descritivas houvessem sido levadas a um excesso de realismo.

Como exemplo aqui deixo obras Richard Strauss para o leitor ouvir que são pura música programática. Sinfonia Doméstica; Sinfonia Alpina, bem como D. João ; Morte e Transfiguração.

Só como aparte, e para melhor entendimento do leitor menos atento, por certo já reparou nas novelas que vão passando pelos canais das diversas televisões. Os realizadores associam uma música ligeira ou uma frase musical aos diversos atores do elenco, o que leva o espectador a associar de imediato a música ao personagem, a ponto de não se estar a ver o personagem em cena mas ele já estar a ser introduzido pelo tema musical. Isso é música programática.

E por hoje, para não aborrecer mais, fico-me por aqui.

Até ao Próximo.

Manuel Cardoso (Paradela)