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BAIÃO CANAL - Jornal

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Região | Paços de Ferreira | Quatro detidos e desmantelada rede de tráfico de estupefacientes

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O Comando Territorial do Porto, através do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) de Felgueiras, hoje, dia 23 de novembro, deteve quatro homens, com idades compreendidas entre os 24 e os 48 anos, por tráfico de estupefacientes, no concelho de Paços de Ferreira.
No âmbito de uma investigação por tráfico de estupefacientes, que teve a duração de cerca de um ano, apurou-se que os suspeitos operavam em rede e traficavam estupefacientes no interior de um estabelecimento de restauração e bebidas, localizado perto de uma zona escolar. No decorrer das diligências de investigação foi dado cumprimento a quatro mandados de detenção e a seis mandados de busca domiciliária, uma em estabelecimento e outra em veículo, que culminaram na detenção dos suspeitos e na apreensão do seguinte material:
• 360 doses de cocaína;
• 105 doses de haxixe;
• Duas balanças de precisão;
• 4 000 euros em numerário;
• Uma viatura;
• Diverso equipamento eletrónico furtado.
Os detidos, três dos quais com antecedentes criminais pelo mesmo tipo de crime, vão ser presentes, amanhã, dia 24 de novembro, no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Penafiel, para aplicação das medidas de coação.
Fonte:GNR
 
 

Natércia Teixeira | As cores vibrantes…do Outono

natercia teixeira.jpg...Iniciamos a caminhada encosta abaixo.
A manhã terminava serena...o Verão também.
O Outono chegava e com ele um novo ciclo...da natureza e da minha vida.
Cores vibrantes desfilavam aos nossos olhos e contrastavam com a decadência que o calendário anunciava...tons fortes de castanhos avermelhados e laranjas dourados rodeavam-nos...o tapete de folhas caídas era uma mensagem briosa da terra que se vestia a preceito para um fim anunciado...uma homenagem à passagem do tempo e da vida; a que se viveu e àquela que se seguirá.
Seguíamos o trilho, eu caminhava atrás de ti e observava-te…pensava nas implicações da minha decisão...aquele não era o momento para falar sobre isso, a minha preocupação era chegar a casa o mais depressa possível por causa do Eros.
Chegámos à margem do Paiva em poucos minutos e continuamos até tua casa...pouco tínhamos conversado e nada sabia sobre os teus planos para as próximas horas, pelo que achei por bem perguntar:
  -  Preciso de ir... pensas fazer o quê?
  - Acompanhar-te.
A resposta apanhou-me desprevenida.
  - A casa?! e depois, voltas cá ou segues para Lisboa?
  - Minha querida…não tenciono regressar a Lisboa sem ti!
Sem tempo para argumentações, aquiesci.
  - Está bem Emanuel...vamos conversar sobre isso depois, agora tenho mesmo de ir.
  - Temos! deixas o carro e eu levo-te.
Anuí:
  - Fazemos como quiseres...
  - Muito bem...gosto dessa atitude...obediente.
Um sorriso provocador bailava-te no olhar... arqueei as sobrancelhas e revirei ostensivamente os olhos enquanto passava à tua frente em direção ao portão da casa. 
Senti um puxão no cabelo que me deteve e soltei um grito.
A tua voz zombeteira ecoou nas minhas costas:
  - Tinha de te parar! e não grites!  Estavas a ir tão bem!
Encarei-te, mas fui incapaz de me zangar...o teu ar de menino travesso, travou-me o ímpeto e fez-me sorrir...estavas claramente a meter-te comigo...e a divertir-te com isso.
Apressei-te:
  - Mexe-te que não tenho tempo para brincadeiras!
  - E quem disse que estou a brincar? 
Encolhi os ombros e suspirei.
A resposta não se fez esperar:
  - Tenho mesmo de te ter por perto para te disciplinar!
Entrei para o meu carro a tempo de não me desmanchar a rir.
Precisava sair da frente da tua entrada para te deixar passar.
Feito isto, fechamos o portão e partimos rumo a minha casa.
Era quase hora de almoço quando chegamos, o Eros recebeu-nos à porta em euforia.
Tinha conseguido aguentar imensas horas sozinho, mas estava no limite da tolerância.
Apressei-me a descer as escadas com ele à trela.
Dei-lhe tempo e liberdade para esticar as pernas e enquanto isso ponderava sobre a conversa que iriamos ter.…uma dualidade de emoções contraditórias, atormentavam-me.
Depois de quase meia hora na rua, o Eros quis regressar a casa.
Escutei a tua voz da entrada...parecias algo exaltado ao telemóvel.
Quis dar-te privacidade e fui diretamente para a cozinha alimentar o Eros.
Uns minutos decorridos e a conversa que estavas a ter terminou.
 O silêncio instalou-se na casa.
Achei por bem dar-te uns momentos a sós e fiquei sentada à mesa da cozinha a ver o Eros comer.
Sem que tivesse dado pelos teus passos...estavas parado atrás de mim.
Puxaste uma cadeira e sentaste-te à minha frente...parecias irritado e tenso.
  - Está tudo bem? Perguntei
A resposta saiu rápida e segura:
  - Sim…vai ficar.
De chofre, atirei para o ar:
  - Vou contigo para Lisboa!
Tinha planeado escolher a hora certa para ter aquela conversa...tinha planeado uma longa e extensa introdução...uma explicação pormenorizada sobre as minhas condições...tudo o que saiu foi uma única frase...descontextualizada.
Olhaste-me.…não parecias surpreendido… mas o teu olhar, discretamente, iluminou-se.
  - Claro que vens! é onde pertences.
Aquelas palavras...diretas ao coração...arrepiaram-me.
Tinhas tocado o mais profundo desejo e motivação da minha alma, o fundamento da minha decisão, aparentemente incoerente e alucinada: a busca da realização do desejo primordial de pertença.
Foi a minha vez de te olhar…nos olhos e na alma e buscar a confirmação que era em ti que morava um pedaço de espírito compatível com o meu…que o reconhecia e aceitava tal como era.
Aceitar acompanhar-te pressupunha acreditar nisso...acreditar também que as afinidades que nos uniam, ultrapassariam sempre as diferenças.
Estranhamente invadia-me uma sensação de calma...o nervosismo da minha atabalhoada comunicação tinha desaparecido e as minhas reservas e apreensões apresentavam-se agora esbatidas naquele salto de fé.
Em silêncio...com os meus pensamentos, devo ter passado a ideia de estar inquieta e angustiada com a decisão.
A pergunta surgiu, para me apaziguar:
  - Confias em mim?
Limitei-me a encarar-te…desconheço a resposta que viste no meu olhar.
Envolveste-me num abraço...nele senti-me segura…em casa...rumo a um mundo que queria sentir como meu.
Da janela avistava uma cerdeira a perder as folhas...também ela em fase de transformação...como eu, a iniciar um ciclo...como eu, vestida das cores vibrantes do Outono da vida.
 
In Grãos de Pimenta Rosa
Natércia Teixeira
Pimenta Rosa: benefícios para a saúde e como consumir