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BAIÃO CANAL - Jornal

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Porto Cidade | Letra de Arnaldo Trindade

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Letra: Arnaldo Trindade
 
Música e Piano: Betó Souza Pinto
 
Voz: Erea Castro
 
Guitarra Portuguesa: Pedro Viana
 
Baixo Elétrico: Luis Ribeiro
 
Percussão: Manuel Santiesteban
 
Mistura e Masterização: Cláudia Rangel
 
Edição Orfeu
 
Gravado no Estúdio Rangel ©️ 2020
Videoclip realizado por Tiago A. Fonseca
 
Produzido por Fictionary Road
 
 
 
 
 
 

Desporto | Sorteio liga dos Campeões

benfica sorteio

No sorteio resultado hoje, em Nyon , Benfica e FC Porto vão defrontar os belgas do Club Brugge e os italianos do Inter, respetivamente

Os jogos da primeira mão realizam-se a 14, 15, 21 e 22 de fevereiro; os da segunda terão lugar a 7, 8, 14 e 15 de março.

Resultado do sorteio:

Leipzig - Manchester City
 Club Brugge - Benfica
 Liverpool - Real Madrid
 Milan -Tottenham
 Eintracht Frankfurt - Nápoles
 Borussia Dortmund - Chelsea
Inter - FC Porto
 PSG - Bayern Munique

SOCIEDADE E CULTURA |Eduardo Roseira | Já não há milagre…!...?...

eduardo roseira

- “Ho, menino, já não há milagre que nos valha!” – disse-me uma velhota (da minha idade), a Dona Glórinha, boa e simples senhora que não falta a uma missa e que todos os anos vai em peregrinação a Fátima, de autocarro, pois que a pé já não vai lá devido às maleitas do esqueleto.

E realmente a crente senhora tem razão, isto porque após o “milagre português” de 2020, fomos todos para as praias no Verão, depois foram as “aberturas” durante as festas Natalícias, e como se tudo isto não bastasse, somaram-se as “facilidades” de entradas e saídas nas fronteiras, especialmente a falta de controle nos aeroportos, onde entrava toda a gente sem verificação àquilo que deveria ter sido regra, (leia-se imposição), a fim de saber quem tinha realizado o teste e obrigar a quem não o tivesse a fazê-lo…e foi assim que o dito “milagre” se esvaiu e estamos como estamos, chegando ao ponto de já nem nos valer deitar as mãos à cabeça, por ser perda de tempo e de nada adiantar.
Agora renovam-se os apelos ao povo para ficar em casa e de ter que aplicar coimas aos incumpridores, (talvez para ajudar as mais que depauperadas economias estatais). Eu, apoio o apelo para evitarmos as saídas desnecessárias e nalguns casos abusivas e também as coimas, contudo acho que há falta de verdadeira fiscalização, a qual começa por colocar as forças policiais a mandar parar os autocarros, metropolitanos, comboios e pedir a TODOS os que neles viajam as devidas justificações do porquê das suas deslocações, nem que seja necessário o apoio das Forças Armadas.
No meu caso particular, tenho cumprido e nos últimos quinze dias saí três vezes de casa, a saber: - Uma ida ao Centro de Saúde; uma para fazer análises, ambas de rotina e outra para as chamadas “compras do mês” num Supermercado, no qual dei conta que por lá andavam alguns/algumas “artistas” de idade avançada com o ar de quem anda calmamente a ver montras, isto tendo em conta a forma como andavam a olhar para as prateleiras e em modo de passeio, sem lista na mão e quaisquer saco de compras, nem cesta e muito menos carrinho.
Ainda relativamente às compras, registei tal como no ano passado, que os preços tem sofrido aumentos consecutivos que se agravam em tempos de confinamento, em produtos que aparecem mais caros entre os 5, 10, 20 cêntimos, especialmente nos de preços mais baratos e de maior procura…Aqui também as autoridades deviam fiscalizar melhor, para que certos “abutres” não se aproveitem dos que menos possibilidades económicas possuem e que em tempos de famílias completas estarem confinadas, logicamente que gastam mais em alimentação.
Por último e sabendo que na melhor das hipóteses vamos viver em confinamento até ao fim do mês de Março, só temos que nos esforçar e vamos todos ser, crentes ou não, os “milagreiros”, começando por cumprir as regras do ficar em casa, manter o distanciamento e usar a máscara, devidamente colocada e sempre. Tudo isto por nós e pelos outros, porque só assim é que conseguimos que haja novo “milagre”!
Quanto mais não seja para contrariar a crente Dona Glória que já não acredita em milagres.
 
Eduardo Roseira
Arquivo

OBLIQUIDADES | Jaime Milheiro | arquivo

Jaime Milheiro psicanalista

No mundo das ideias repetir é  calar. É expelir ecos sem som,  gemer   carretos sem canga, dissertar  textos sem dono.

Só pensando se existe.

Fui eterno até aos 60.

Quando percebi que morreria, dei por mim a escrever:

…. a  deixar no papel as minhas próprias ideias e conteúdos, desembrulhados nas noites brancas de insónia, racionalizados na manhã seguinte, elaborados à minha maneira…

…. reformulando quanto havia conhecido e recebido

… como quem  renasce, revive e recomeça

… numa  espécie de necessidade de renovar para  sentir e de reescrever para  continuar.

                                               (Na eternidade ninguém sabe ler nem escrever

                                               Só escreve quem sabe que vai  morrer

                                               Escrever artigos científicos não é escrever… )

Nessa escrita  fui tomando consciência do meu próprio sentimento de percurso e percebi melhor a minha própria relação entre passado e  futuro, embora também me tenha apercebido de misteriosas lacunas de observação e de marés de desproporção, sempre que procedia como se o presente não existisse e a história não tivesse acontecido.

Analisando tal atitude, pouco consciente, apercebi-me deste estranho paradoxo: recriando sentia-me mais jovem do que realmente era, remodelando supunha-me num mundo onde o tempo não decorreria, mas situava-me em rotundas sem saída. Retrocedia ao adolescente em descoberta quando desenrolava projectos trocistas e dinamismos provocatórios como se idade  não tivesse, ou caminhos afectivos e efectivos não houvesse percorrido, nem sentisse necessidade de percorrer.

Dei-me conta, afinal, daquilo que todos sabemos mas que tendencialmente omitimos quando negamos o fim: em tudo quanto fazemos, sonhamos ou inventamos, os outros participam e o alongamento continua.

Não era para mim que eu escrevia. Eu escrevia para eles, metade de nós são os outros, sem eles nem haveria história ou memória.

Agudamente percebi que, mesmo num total silêncio e num total isolamento, só  escreve quem leitores imagina: verdadeiros ou supostos, reais ou futuristas.

                                               (Só com os outros se pensa

                                               Só com os outros se existe

                                               Só com os outros se vive...)

Na vida, como no poker, ninguém joga solitário nem apenas com as cartas de mão.

Obrigatoriamente com os outros joga e com as  cartas que neles supõe.

Baião canal jornal(Arquivo)

 

JAIME MILHEIRO, psiquiatra e psicanalista, fez a sua preparação no Porto, Lisboa e Paris.

Humanizar e valorizar os factores psicossociais na Saúde/Doença foi a grande luta da sua vida profissional. Fundou o Centro de Saúde Mental de Vila Nova de Gaia num registo de Psiquiatria Comunitária. Fundou o Instituto de Psicanálise do Porto. Criou os «Colóquios do Porto: Psicanálise e Cultura». Foi Presidente do Colégio de Psiquiatria da Ordem dos Médicos. Foi Presidente da Sociedade Portuguesa de Psicanálise. Foi Presidente do Conselho Nacional de Saúde Mental. Foi agraciado com: Medalha de Ouro do Ministério da Saúde, Medalha de Ouro do Município de V. N. de Gaia e Medalha de Mérito da Ordem dos Médicos.