Querer fazer do Mosteiro um local lúdico, quando este pertence ao sagrado nunca foi ideia exclusiva do PSD Baião como ficou vincada por um deputado municipal na última Assembleia Municipal. Já em 2009, o presidente da junta de Ancede na altura do PS na campanha eleitoral da sua recandidatura, queria lá fazer um bar e um parque de merendas. Na altura a concelhia do PCP escreveu um comunicado à população a alertar sobre o assunto
PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS
Comissão Concelhia de Baião
Ao Povo de Ancede
Um bar no convento, nem ao diabo lembra!
Mas lembrou–se o Sr. Presidente da Junta que, na apresentação da sua recandidatura no passado dia 20 de junho de 2009 no Mosteiro de Ancede, afirmou sem papas na língua que «Ancede está a crescer cada vez mais, e como tal, temos que estar a altura de trabalhar com mais e mais rigor».
E, para lançar este ambicioso objectivo, entre outras promessas, revelou que está em vista um projecto para limpar e reabilitar a ala sul do Convento, criar um bar e ainda um parque de merendas.
Pela nossa parte, congratulamo-nos com a subida de Ancede a Vila e, portanto, temos a plena consciência do que esta promoção representa em termos de responsabilidades futuras, nomeadamente no aspecto cultural, mas não só.
Nesta conformidade, temos apresentado por várias vezes na Assembleia da República e em articulação com os nossos Deputados, propostas para a reabilitação completa do Convento de Ancede, com a inclusão de um Museu de Arte Sacra e de um Arquivo Documental Concelhio, que muito honrariam a nova Vila de Ancede.
Curiosamente e cremos não por mero acaso, essas propostas foram sempre rejeitadas pelo Partido Socialista, acompanhado pela direita parlamentar.
Não somos de forma alguma apologistas da promiscuidade do sagrado com o profano, por essa razão e pelo respeito que nos merece o local, contestamos a ideia de o transformar num espaço lúdico, pois para esse efeito não faltam em Ancede locais apropriados. O seu a seu dono, diz o povo e muito bem.
Desenvolvimento sim, mas harmonioso, dizemos nós.
O nosso País não vai bem, como todos sabemos, mesmo aqueles que, por força das circunstâncias ou por vontade própria, um belo dia se viram apanhados na rede dos interesses mesquinhos, da incultura e do caciquismo.
Mas o Povo é soberano e vai acordar para darmos uma volta a isto e encetarmos um novo rumo e uma vida melhor para o País. E Baião bem o merece, dado o seu atraso estrutural.