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BAIÃO CANAL - Jornal

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Nem mais uma vítima! Por Maria Odete Souto

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Depois do choque, de respirar, incrédula, resolvi escrever. Pela Carla e por tantas vítimas que vão tombando às mãos daqueles que lhes juraram amor eterno.
A Carla Fonseca, morta a tiro pelo ex-marido, em Felgueiras, no início desta semana, era professora e foi minha colega na Escola de Santa Marinho do Zêzere, a família SMZ. Era uma mulher bonita, simpática, viva e de sorriso aberto e franco e uma excelente profissional. Nada faria prever que, por trás disto, estivesse uma vítima de violência doméstica.
Sabia que o companheiro era mais velho que ela 14 anos, mas tudo indicava que viviam bem, pelo menos no tempo em que fomos colegas e privamos. Tinham um filho lindíssimo, de seu nome Lourenço, atualmente com 11 anos.
Fiquei em choque com a notícia da sua morte. Porque foi mais uma mulher que foi morta, vítima de violência doméstica, e foi a Carla.
Por essa razão decidi escrever. Para que a morte dela não tenha sido em vão. Ninguém pode ficar indiferente e precisamos de encarar a violência doméstica como um desígnio nacional.
Precisamos de acordar para estas realidades e perceber que todos somos responsáveis. Na forma como educamos, na indiferença que vamos tendo em relação áquilo que nos rodeia, nos julgamentos fáceis e no fingimento. E isto revolta!
Impõe-se avaliação célere das situações e intervenção adequada, impõe-se empoderamento das vítimas e tratamento dos agressores. Impõe-se educação. E claro, impõe-se mão pesada.
A violência doméstica é um flagelo que atravessa todas os grupos sociais e todas as faixas etárias. Não tem raça, não tem credo, não tem classe social. E a pressão social asfixia, muitas vezes. O medo e a vergonha de ser vítima e se assumir como tal, o julgamento social, os filhos, enfim, um sem número de questões que vão destruindo a pessoa e perpetuando a violência. Até à morte.
Todos os dias se vão construindo relações tóxicas, violentas, desrespeitosas e as pessoas vão-se enredando e matando lentamente. É preciso acordar para esta realidade e perder o medo e a vergonha. É preciso denunciar e agir. É preciso saber que isto não é amor. Pelo contrário, estas são relações de poder e não de companheirismo. Estas são relações abusivas que não devem ser permitidas em nome de nada. Ninguém é de ninguém!
Um agressor é um cobarde, um triste que não consegue caminhar lado a lado. Não raras vezes é alguém que já viveu contextos violentos e reproduz o comportamento. Daí que seja necessário, também, tratar os agressores. E punir.
Voltando, ao caso em apreço, o homicida matou-a e depois suicidou-se. Deixou uma comunidade em choque, um filho sem pai nem mãe e com um fardo insuportável. Deixou a família dela destruída e a dele também. E os alunos dela, particularmente os mais recentes, no Agrupamento das Taipas. E os colegas e os amigos. Tanta destruição que precisa de ser evitada a todo o custo. 
É preciso educar para a paz, para o respeito, para a compaixão. É preciso educar melhor. É preciso amar e saber o que é o amor. Quem ama não maltrata! Isto não é amor.
Ao Lourenço, o filho da Carla, espero que consiga aguentar este fardo imenso. Não tenho dúvidas que o tentarão ajudar. E que lhe fique sempre o exemplo da grande Mãe que teve.

À família e aos amigos as minhas condolências e que saibamos honrar o nome da Carla Fonseca, encetando uma batalha sem tréguas, contra a violência doméstica, para que não haja mais vítimas.
Por último, é claro que não há apenas violência doméstica contra as mulheres, mas os números não enganam. É preciso por cobro a isto.
Não se calem! Denunciem! A violência doméstica é crime público. Não tem de ser a vítima a denunciar. Falem, partilhem e nunca olhem as vítimas de lado.
Até sempre, Carla!

Maria Odete Souto

Campanha de Segurança Rodoviária “Taxa Zero ao Volante”

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A Campanha de Segurança Rodoviária “Taxa Zero ao Volante”, da responsabilidade da
Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), da Guarda Nacional Republicana (GNR) e
da Polícia de Segurança Pública (PSP), decorreu nos dias 17 a 23 de agosto e teve como objetivo
alertar os condutores dos veículos para os riscos da condução sob a influência do álcool.
Esta iniciativa incluiu cinco ações de sensibilização da ANSR, realizadas em simultâneo com as
operações de fiscalização realizadas pela GNR e pela PSP, nas localidades de Lisboa, Almada,
Figueira da Foz, Amarante e Faro. Contou ainda com a participação dos serviços da
administração regional da Região Autónoma dos Açores completando o trabalho de fiscalização
que tem sido realizado pelos comandos Regionais da PSP.
Inserida no Plano Nacional de Fiscalização de 2023, a campanha foi divulgada nos meios digitais
e através de um comunicado de imprensa enviado para a comunicação social no dia do
lançamento da campanha.
Neste período foram sensibilizados 479 condutores e passageiros, a quem foram transmitidas
as seguintes mensagens:
 Com uma taxa de álcool no sangue de 0,5 g/l o risco de sofrer um acidente grave ou
mortal duplica;
 Os acidentes que decorrem da condução sob a influência do álcool são particularmente
graves;
 Conduzir sob a influência do álcool causa perturbações ao nível de aspetos cognitivos e
do processamento de informação que acarretam, entre outros efeitos, uma menor
capacidade e rapidez de decisão, aumento do tempo de reação e descoordenação de
movimentos.
Durante as operações das Forças de Segurança foram fiscalizados presencialmente 48.909
veículos, tendo sido registado um total de 13.691 infrações, das quais 884 relativas à condução
sob o efeito do álcool.

Número de
veículos
fiscalizados

Total de
Infrações

Infrações relativas à
condução sob o
efeito do álcool
GNR 35 127 9 273 710
PSP 13 782 4 418 174
Total 48 909 13 691 884

No período da campanha registou-se um total de 2.694 acidentes, de que resultaram 6 vítimas
mortais, 63 feridos graves e 903 feridos leves.
Relativamente ao período homólogo de 2022, verificaram-se menos 23 acidentes, menos 8
vítimas mortais, menos 3 feridos graves e menos 56 feridos leves.
Os acidentes com vítimas mortais ocorreram nos distritos de Vila Real, de Braga, de Viseu, de
Setúbal (2) e de Évora.
As 6 vítimas mortais, 5 das quais do sexo masculino, tinham idades compreendidas entre os 28
e os 81 anos.
Estas vítimas mortais resultaram de 2 colisões entre veículos, envolvendo: 1 ligeiro de
passageiros, 1 ligeiro de mercadorias, 1 pesado e 1 agrícola/tratocarro. Verificou-se ainda 1
colisão de velocípede com obstáculo na via, e ainda 3 despistes (2 veículos ligeiros e 1
motociclo), 2 dos quais em curva.
Os acidentes com vítimas mortais ocorreram em 2 estradas nacionais, 2 arruamentos, 1 estrada
municipal e 1 outra via.

 

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