Por vontade do eleitorado baionense, o PCP em Baião não tem representação na Câmara Municipal nem na Assembleia Municipal, situação que se tem revelado prejudicial quanto à defesa dos direitos e interesses dos cidadãos baionenses.

No entanto, não é por essa razão que o Partido e os seus militantes não deixam de estar atentos á vida política do concelho e á necessidade de contribuir para a resolução dos problemas existentes.

Nesse sentido e por exemplo, os vídeos gravados nas reuniões da Câmara e Assembleia Municipal têm sido alvo de observação e análise por elementos da Comissão Concelhia do PCP.

Foi precisamente o que aconteceu na análise de uma dessas reuniões, realizada no dia 27 de Julho de 2022, em que durante o período da ordem do dia foi discutido o ponto 26 ( Fornecimento e distribuição de refeições escolares em regime de confeção local e transporte a quente para Educação Pré-escolar 1º 2º e 3º ciclos do ensino básico e secundário para o ano letivo de 2022/23 – Revogação da deliberação tomada na R.C. de 22/06/2022 – Proposta), proposta esta aprovada por unanimidade na altura e agora revogada por razões surpreendentes apresentadas pelo Presidente da Câmara à oposição com representação camarária.

Quando lhe foi questionado se a gestão e confeção das refeições escolares por parte do setor publico não seria melhor solução do que ter entregue esta concessão a empresas privadas, o senhor presidente disse que concessionar o serviço a empresas privadas foi na altura a solução possível e a melhor, mais acrescentando que as queixas que há sobre a qualidade das refeições na sua maioria são infundadas e existem porque, e passamos a citar, “há refeições de peixe e as crianças não gostam de peixe”.

Para quem já foi vereador da educação, o senhor presidente parece desconhecer a realidade do funcionamento deste serviço escolar, pois as queixas que nos chegam de alunos, encarregados de educação, professores e trabalhadores das escolas são bastantes e referem que não foi só a qualidade das refeições que piorou, mas também a sua escassa quantidade, sejam elas refeições de peixe, carne ou vegetarianas.

Assim sendo, lançamos aqui um desafio ao senhor presidente: reúna com alunos que frequentaram no passado o Agrupamento Sudoeste de Baião (Santa Marinha do Zêzere), onde não há concessão a empresas e a gestão é feita pela escola, e agora frequentam o Agrupamento de Escolas Vale de Ovil, onde o serviço foi concessionado a empresas, e constatará certamente que a maioria dos alunos prefere as refeições servidas na Escola de Santa Marinha do Zêzere.

Não podemos deixar de sublinhar ainda que nos parece um contra senso, alguém, que se intitula de socialista e proclama a defesa da causa pública, concessionar ou proporcionar negócios com empresas que desrespeitam os direitos dos trabalhadores, praticam a precariedade e a política de salários baixos e horários desregulados, como é o caso destas empresas privadas que fazem a gestão das cantinas escolares.

A Comissão Concelhia do PCP em Baião