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BAIÃO CANAL - Jornal

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Duas de Letra | Lourdes dos Anjos | ENTRE O GRANITO E A NEBLINA

 

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O Douro aconchega-se no seu manto de neblina
Para que um ou outro coscuvilheiro olhar,
Não o vejam, com sofreguidão,beijar à toa,
Esta cidade que ele ama e protege e magoa,
Que une e separa que limita e faz crescer
Onde ele acorda e onde quer adormecer.
Entre o granito e a neblina
Vive a alma desta cidade Nobre e Leal,
Onde repousa um apaixonado coração real
E onde os sinos repicam com sotaque tripeiro.
Mas quando, no Areiinho descansa o nevoeiro,
O rabelo recolhe a vela e deixa-se ficar à deriva
Olhando o Douro amando e dando vida à vida
Que germina entre o granito e a neblina.
Feito de palavras francas e um céu cinzento,
O espírito do Porto, livre como o pensamento,
Vai espalhar-se e lançar o seu grito
Envolvente como o nevoeiro e eterno como o granito