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BAIÃO CANAL - Jornal

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Nota de Imprensa | Inaugurado novo acesso ao lugar de Aldeia em Loivos da Ribeira

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Foi inaugurado, no dia 29 de março, pelo presidente da Câmara Municipal de Baião, Paulo Pereira, acompanhado pelos elementos que integram o executivo da União de Freguesias de Loivos da Ribeira e Tresouras, António José Fonseca, Fernanda Silva e Hugo Branco, o novo acesso ao lugar de Aldeia, um investimento de 130 mil euros, que inclui uma ponte sobre o rio Teixeira.

Uma obra que nos deve orgulhar a todos”, afirmou o presidente da Câmara, referindo-se ao novo acesso, “um dos casos que muitos diziam ser impossível”, explicou que, “por vezes, não basta haver dinheiro ou vontade por parte da Câmara ou da Junta. É preciso que os proprietários dos terrenos estejam disponíveis para vender ou autorizar a passagem”, agradecendo aos proprietários que, entretanto, cederam terreno.

Elogiando o trabalho de todo o elenco da União de Freguesias, mas também dos técnicos e colaboradores do município, o autarca falou da obra como um “exemplo do compromisso que nos move, que alimenta a nossa vontade de servir, de fazer obra, de retribuir a confiança que em nós depositam os baionenses”, confessou, sem esconder a emoção.

Paulo Pereira, elencando um conjunto de obras concluídas ou em fase de conclusão na freguesia, sublinhou que “felizmente temos cumprido com todos os presidentes de junta, com todas as nossas freguesias, e por essa via, com todos os baionenses”, frisou.

Por sua vez, o presidente da Assembleia Municipal, Armando Fonseca, elogiou a dinâmica que tem sido desenvolvida na freguesia, não apenas por criarem infraestruturas para a população, mas também por lhe darem uso, como acontece com o Polidesportivo, recentemente inaugurado.

Apontando o contributo de todos na concretização das muitas obras por todo o concelho, Armando Fonseca destacou a importância da “boa saúde financeira do município que torna possível o avanço dos investimentos”.

Já o presidente da União de Freguesias de Loivos da Ribeira e Tresouras, falou de “um marco para a freguesia e a concretização de um sonho”, alertando que, apesar de se tratar de uma obra da qual se falava há dezenas de anos, “o compromisso que a autarquia local assumiu foi para o atual mandato. Compromisso que está cumprido”, frisou, destacando o excelente trabalho da equipa que o acompanha na gestão local.

António José Fonseca referiu ainda o significado especial do acesso para a população do lugar de Aldeia, revelando que a União de Freguesias tem muitos projetos, trabalhando “todos os dias para a nossa população”, concluiu. 

Além da construção de uma nova ponte sobre o rio Teixeira, a obra incluiu a construção de muros e pavimentação da via a cubos, numa nova acessibilidade que facilita a circulação e garante maior segurança para os residentes e visitantes, além de promover uma mobilidade mais eficiente.

A cerimónia de inauguração contou também com as presenças do vice-presidente da Câmara Municipal, Filipe Fonseca, vereadores do executivo, outros autarcas locais e de outras freguesias do concelho, antigos autarcas, bem como da população da União de Freguesias de Loivos da Ribeira e Tresouras, que se juntou para sublinhar a importância do novo acesso.  

"HÁ ALTURAS EM QUE É PRECISO DESOBEDECER" | Salgueiro Maia - (1 de julho de 1944 – Lisboa, 3 de abril de 1992)

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Capitão de Abril

Fernando José Salgueiro Maia nasce em Castelo de Vide a 1 de Julho de 1944, vindo a falecer em Lisboa, a 3 de Abril de 1992.  Em 1964, ingressa na Academia Militar de Lisboa, passando, de seguida, para a Escola Prática de Cavalaria de Santarém. Cumpre comissões de serviço em Moçambique (1967-1969) e na Guiné (1971-1973). Em 1970 é promovido a Capitão. Salgueiro Maia participa nas reuniões clandestinas do Movimento das Forças Armadas integrando a sua Comissão Coordenadora. No dia 25 de Abril de 1974 é Salgueiro Maia quem comanda as tropas que, vindas da Escola Prática de Cavalaria de Santarém, cercam o Terreiro do Paço. É o então capitão Maia quem comanda igualmente o cerco ao Quartel do Carmo, que termina com a rendição de Marcello Caetano e a entrega do poder a António de Spínola. Após o 25 de Abril, mantem-se como membro do Movimento das Forças Armadas mas recusa ser membro do Conselho da Revolução. Entre 1976 e 1977 exerce funções nos serviços administrativos da Direcção da Arma de Cavalaria, em Lisboa. Passa depois pela 3.ª Repartição do Quartel-General da Zona Militar dos Açores, em Ponta Delgada, sendo colocado, em 1979, como comandante do Sector Prisional do Presídio Militar de Santarém. Conclui as licenciaturas em Ciências Políticas e Sociais e em Ciências Antropológicas e Etnológicas no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Voltará à Escola Prática de Cavalaria em 1984. É promovido a major em 1981 e a Tenente-coronel em 1988.

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POEMA DE MANUEL ALEGRE DEDICADO A SALGUEIRO MAIA

Ficaste na pureza inicial

do gesto que liberta e se desprende.
Havia em ti o símbolo e o sinal
havia em ti o herói que não se rende.

Outros jogaram o jogo viciado
para ti nem poder nem sua regra.
Conquistador do sonho inconquistado
havia em ti o herói que não se integra.

Por isso ficarás como quem vem
dar outro rosto ao rosto da cidade.
Diz-se o teu nome e sais de Santarém
trazendo a espada e a flor da liberdade.

 

OBLIQUIDADES | Jaime Milheiro | arquivo

Jaime Milheiro psicanalista

No mundo das ideias repetir é  calar. É expelir ecos sem som,  gemer   carretos sem canga, dissertar  textos sem dono.

Só pensando se existe.

Fui eterno até aos 60.

Quando percebi que morreria, dei por mim a escrever:

…. a  deixar no papel as minhas próprias ideias e conteúdos, desembrulhados nas noites brancas de insónia, racionalizados na manhã seguinte, elaborados à minha maneira…

…. reformulando quanto havia conhecido e recebido

… como quem  renasce, revive e recomeça

… numa  espécie de necessidade de renovar para  sentir e de reescrever para  continuar.

                                               (Na eternidade ninguém sabe ler nem escrever

                                               Só escreve quem sabe que vai  morrer

                                               Escrever artigos científicos não é escrever… )

Nessa escrita  fui tomando consciência do meu próprio sentimento de percurso e percebi melhor a minha própria relação entre passado e  futuro, embora também me tenha apercebido de misteriosas lacunas de observação e de marés de desproporção, sempre que procedia como se o presente não existisse e a história não tivesse acontecido.

Analisando tal atitude, pouco consciente, apercebi-me deste estranho paradoxo: recriando sentia-me mais jovem do que realmente era, remodelando supunha-me num mundo onde o tempo não decorreria, mas situava-me em rotundas sem saída. Retrocedia ao adolescente em descoberta quando desenrolava projectos trocistas e dinamismos provocatórios como se idade  não tivesse, ou caminhos afectivos e efectivos não houvesse percorrido, nem sentisse necessidade de percorrer.

Dei-me conta, afinal, daquilo que todos sabemos mas que tendencialmente omitimos quando negamos o fim: em tudo quanto fazemos, sonhamos ou inventamos, os outros participam e o alongamento continua.

Não era para mim que eu escrevia. Eu escrevia para eles, metade de nós são os outros, sem eles nem haveria história ou memória.

Agudamente percebi que, mesmo num total silêncio e num total isolamento, só  escreve quem leitores imagina: verdadeiros ou supostos, reais ou futuristas.

                                               (Só com os outros se pensa

                                               Só com os outros se existe

                                               Só com os outros se vive...)

Na vida, como no poker, ninguém joga solitário nem apenas com as cartas de mão.

Obrigatoriamente com os outros joga e com as  cartas que neles supõe.

Baião canal jornal(Arquivo)

 

JAIME MILHEIRO, psiquiatra e psicanalista, fez a sua preparação no Porto, Lisboa e Paris.

Humanizar e valorizar os factores psicossociais na Saúde/Doença foi a grande luta da sua vida profissional. Fundou o Centro de Saúde Mental de Vila Nova de Gaia num registo de Psiquiatria Comunitária. Fundou o Instituto de Psicanálise do Porto. Criou os «Colóquios do Porto: Psicanálise e Cultura». Foi Presidente do Colégio de Psiquiatria da Ordem dos Médicos. Foi Presidente da Sociedade Portuguesa de Psicanálise. Foi Presidente do Conselho Nacional de Saúde Mental. Foi agraciado com: Medalha de Ouro do Ministério da Saúde, Medalha de Ouro do Município de V. N. de Gaia e Medalha de Mérito da Ordem dos Médicos.