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BAIÃO CANAL - Jornal

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"HÁ ALTURAS EM QUE É PRECISO DESOBEDECER" | Salgueiro Maia - (1 de julho de 1944 – Lisboa, 3 de abril de 1992)

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Capitão de Abril

Fernando José Salgueiro Maia nasce em Castelo de Vide a 1 de Julho de 1944, vindo a falecer em Lisboa, a 3 de Abril de 1992.  Em 1964, ingressa na Academia Militar de Lisboa, passando, de seguida, para a Escola Prática de Cavalaria de Santarém. Cumpre comissões de serviço em Moçambique (1967-1969) e na Guiné (1971-1973). Em 1970 é promovido a Capitão. Salgueiro Maia participa nas reuniões clandestinas do Movimento das Forças Armadas integrando a sua Comissão Coordenadora. No dia 25 de Abril de 1974 é Salgueiro Maia quem comanda as tropas que, vindas da Escola Prática de Cavalaria de Santarém, cercam o Terreiro do Paço. É o então capitão Maia quem comanda igualmente o cerco ao Quartel do Carmo, que termina com a rendição de Marcello Caetano e a entrega do poder a António de Spínola. Após o 25 de Abril, mantem-se como membro do Movimento das Forças Armadas mas recusa ser membro do Conselho da Revolução. Entre 1976 e 1977 exerce funções nos serviços administrativos da Direcção da Arma de Cavalaria, em Lisboa. Passa depois pela 3.ª Repartição do Quartel-General da Zona Militar dos Açores, em Ponta Delgada, sendo colocado, em 1979, como comandante do Sector Prisional do Presídio Militar de Santarém. Conclui as licenciaturas em Ciências Políticas e Sociais e em Ciências Antropológicas e Etnológicas no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Voltará à Escola Prática de Cavalaria em 1984. É promovido a major em 1981 e a Tenente-coronel em 1988.

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POEMA DE MANUEL ALEGRE DEDICADO A SALGUEIRO MAIA

Ficaste na pureza inicial

do gesto que liberta e se desprende.
Havia em ti o símbolo e o sinal
havia em ti o herói que não se rende.

Outros jogaram o jogo viciado
para ti nem poder nem sua regra.
Conquistador do sonho inconquistado
havia em ti o herói que não se integra.

Por isso ficarás como quem vem
dar outro rosto ao rosto da cidade.
Diz-se o teu nome e sais de Santarém
trazendo a espada e a flor da liberdade.