Eduardo Roseira | Ensaio breve sobre A FOME
Ensaio breve sobre A FOME
“De que vale ter lume e panela se não há pão?”
no aconchego
do maternal regaço,
único bem
que lhe concedeu
o seu efémero viver,
ali permanece
de tudo despido
o menino…
olhos lunares.
faces cratera.
inchado ventre.
isenção de tudo.
fartura de fome.
o menino nú
despede-se
em mortal sono
sob o olhar
de sua mãe
que o oferta ao céu
sem questionar ninguém,
nem a deus,
qualquer porquê!...
Eduardo Roseira