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BAIÃO CANAL - Jornal

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Paredes – Recuperação de quatro motociclos

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O Comando Territorial do Porto, através do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) de Penafiel, no dia 1 de março, recuperou quatro motociclos furtados na localidade de Lordelo, no concelho de Paredes.
No âmbito de uma denúncia apresentada por furto de quatro motociclos, do interior de uma oficina de reparação, na localidade de Lordelo, ocorrido na madrugada do dia 1 de março, os militares da Guarda realizaram diligências de investigação que culminaram na localização dos motociclos numa casa desabitada na freguesia de Frazão, no concelho de Paços de Ferreira. No seguimento da ação policial, foi possível recuperar os quatro motociclos, com um valor estimado de trinta mil euros, assim como equipamento de proteção e indumentária para a prática de motocross, que foram entregues ao seu legítimo proprietário.
Os factos foram remetidos ao Tribunal Judicial de Paredes.

Rita Diogo | Sexo ConSentido

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Contra vários tabus, estereótipos e preconceitos a sociedade evoluiu e evolui em termos de educação sexual, de aceitação das diferenças e identidades. Foi um caminho longo este, durante anos sentimos que não se saía do sítio, que falávamos numa linguagem estranha e que, para muitos, soava a libertina e promíscua. Atualmente, a educação sexual existe em todas as escolas, existem escolas que vão mais longe, outras que dão passos mais curtos, mas todas têm avançado e isto deve ser dito. Em casa, na família também se aborda este assunto, com mais ou menos à vontade. O caminho faz-se caminhando e a verdade é que temos caminhado alguma coisa.

A sexualidade faz parte integrante da vida de cada um de nós. As crianças e os jovens têm o direito de receber informação fiável, científica e abrangente neste domínio. Deram-se passos muito importantes nas últimas décadas, de forma a ir além da biologia e da reprodução e “equipar” as crianças e jovens com conhecimentos sobre o seu corpo e os seus direitos, informando-as sobre a igualdade de género, a orientação sexual, a identidade de género e as relações saudáveis, tendo por base o respeito e a forma como as suas escolhas afetam o seu próprio bem-estar e o de outros e ainda compreender e assegurar a proteção dos seus direitos ao longo da vida.

Quando a educação em sexualidade é abrangente e assenta nas várias dimensões da criança ou jovem torna-se num meio eficaz de combater a violência, os abusos e a discriminação e de promover o respeito pela diversidade. A educação sexual é hoje mais necessária que nunca, pois a maioria das crianças pode obter informação por outras vias, em particular através da internet e das redes sociais. Estas fontes de informação podem ser úteis e apropriadas, mas podem igualmente transmitir uma imagem deformada da sexualidade e deixar de lado alguns dos aspetos ligados aos seus direitos e à dimensão afetiva. Vale a pena sublinhar que a educação sexual nas escolas visa complementar, e não substituir, o que os pais possam transmitir em casa.
A educação sexual deve pois contribuir, desde o início da escolaridade, para fazer passar mensagens fortes a favor da igualdade entre mulheres e homens, para promover papéis de género não estereotipados, para educar para o respeito mútuo, o consentimento das relações sexuais, a resolução não violenta dos conflitos nas relações interpessoais e o respeito da integridade pessoal.
A questão do consentimento das relações sexuais, por exemplo, não é um tema suficientemente aprofundado, nem na escola nem na família. Continuam a surgir casos em que a relação sexual acontece sem consentimento. Continuo a ouvir, na prática clínica, histórias de jovens para quem a relação sexual foi indesejada, irrefletida e muito negativa. O consentimento deve ser claro. A promoção da assertividade no campo da privacidade e da intimidade exige minúcia e destreza nas conversas. Explicar a uma criança ou jovem que “não é não”, que não deve aceitar fazer ou dizer aquilo que não quer, nem fazer ou coagir outros a fazerem o que não querem é mais complexo do que possa parecer. Falar sobre consentimento é falar sobre limites, respeito, compreensão e autoconhecimento. Ajudar um ou uma adolescente a tomar consciência de si mesma não é tarefa fácil e deve começar na infância. O gosto pelo risco, pela adrenalina e a vontade de testar limites deve ser tema de conversa, ajudando a compreender a importância do consentimento.
A educação que promove uma sexualidade saudável é aquela que se sustenta na aprendizagem e reflexão acerca dos nossos direitos e da importância de respeitar os direitos dos outros, que permite a proteger a saúde física e mental e que adota uma atitude positiva relativamente às questões sexuais e relacionais. Permite igualmente adquirir competências úteis para a vida, tais como a autoconfiança, o pensamento crítico e a capacidade de tomar decisões informadas.

Rita Diogo

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