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BAIÃO CANAL - Jornal

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GNR | Começou a Operação Natal e Ano Novo!

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A partir de ontem, 15 de dezembro, e até dia 2 de janeiro de 2024, estaremos todos os dias na rua a conduzir a Operação Natal e Ano Novo , em todo o país.
Neste sentido, iremos executar várias ações com o objetivo de:
 Diminuir a criminalidade geral, através do patrulhamento intensivo e de ações de sensibilização (Comércio Seguro e Residência Segura) e, ainda, do reforço do policiamento de proximidade junto das pessoas mais vulneráveis;
 Diminuir a sinistralidade rodoviária, através de ações de fiscalização orientadas para os locais de maior fluxo rodoviário, especialmente nos períodos do Natal e do Ano Novo.
Seja prudente na condução, proteja-se e adote um comportamento preventivo. Estaremos na rua consigo!
Fonte: GNR

Um natal | Jaime Froufe Andrade

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No século passado, quando nasci, o pai Natal, aqui no Porto, ainda não servia para nada. Era o Menino Jesus quem me trazia os brinquedos. Até aos seis anos foi assim. 


Depois, na escola, a matulagem da rua da Torrinha, de S. Vítor, da ilha do Buraco trouxe-me para a realidade. (Apesar de tudo, preservei ao longo dos meus 77 anos, a capacidade de acreditar em milagres. O que seria a vida sem eles?)


Durante o meu tempo de inocência, o Menino Jesus nunca me faltou com brinquedos. Sei bem onde Ele os ia buscar. Fornecia-se no “Bazar dos Três Vinténs”, uma loja perto de minha casa, ao fundo da Rua de Cedofeita. 


Na escolha das prendas, Ele sabia bem o que fazia. Não foi de certeza por acaso que, entre tanto brinquedo que me deixou no presépio lá de casa, o Menino Jesus apenas me tenha oferecido duas bolas. Matéria de facto eram os estragos que as elas causavam: jarras tombadas, vidros partidos, lâmpadas fundidas… 


Mas, na sua infinita sabedoria, o Menino Jesus arranjou modo de pôr fim a tanto prejuízo. Inspirou-me um remate desenquadrado e a bola - a primeira que ele me ofereceu - foi parar ao quintal da vizinha. Consegui recuperá-la, mas de pouco me serviu: esvaziara-se num pico de uma roseira. Ficou como morta, deixou de pinchar. 


Talvez arrependido de tal desperdício, Ele deu outro destino ao segundo “esférico”.  Fez aparecer, na minha rua, ao fim da tarde, um menino-trolha que não tirava os olhos da bola. Inspirou-me então  um gesto de partilha, o de emprestar a bola a quem dela estava tão desejoso: «Não te esqueças de a trazer amanhã…»

O menino-trolha, deu imediato cumprimento ao desígnio do Menino Jesus: sem dizer palavra, meteu o “esférico” na lancheira e pôs-se a andar.

Jaime Froufe Andrade

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