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BAIÃO CANAL - Jornal

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Bengalas de Gestaçô classificadas como Património Cultural Imaterial

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As Bengalas de Gestaçô, produto artesanal, uma das maiores marcas da identidade baionense e uma autêntica manifestação de atenção ao detalhe, graças ao saber fazer passado de geração em geração, com uma longa história na sua produção e conceção, recebeu por parte da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), a classificação como Património Imaterial Nacional, conferindo-lhe o regime de “Salvaguarda Urgente”. Esta classificação surge na sequência da candidatura apresentada pela Câmara Municipal de Baião.

A “Manufatura das Bengalas de Gestaçô”, integra agora o Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, de acordo a publicação em Diário da República, no dia 29 de novembro de 2023, onde se destaca a “importância da manifestação enquanto reflexo da identidade da comunidade”, bem como a “sua dimensão histórica social e cultural na área territorial em que se insere”, e ainda a “importância para o desenvolvimento sustentável”, além das “atuais características do contexto de transmissão do saber-fazer e as medidas de salvaguarda e valorização” preconizadas na sua viabilidade futura”.  

Para a vereadora da Cultura e do Património Cultural, Anabela Cardoso, a obtenção da classificação das Bengalas de Gestaçô “é um justo reconhecimento do valor das peças e também do trabalho dos artesãos, verdadeiros continuadores desta arte e seus percursores mantendo-a viva”. Segundo a autarca é também motivo de “grande satisfação para Baião e para os baionenses que somam mais um produto genuíno do concelho com qualidade validada pela Direção Geral do Património Cultural. Além disso, permite-nos salvaguardar e preservar a arte e a conceção de mais uma referência do artesanato e da cultura do nosso concelho”, sublinhou a autarca.

 

ESPECIALISTAS DA DGPC VISITARAM OFICINAS DE ARTESÃOS

No âmbito da candidatura apresentada pelo Município, no dia 18 de fevereiro de 2022, deslocaram-se a Baião três técnicos da DGPC, para aferirem da viabilidade da atribuição do reconhecimento às peças de artesanato baionense. A visita foi acompanhada pela vereadora da Cultura e Património Cultural, Anabela Cardoso e pelos presidentes de freguesia de Gestaçô, António Bento e de Frende, Rui Monteiro, bem como técnicos da autarquia.

Os especialistas estiveram nas oficinas dos artesãos, onde observaram todo o processo de conceção e produção e ouviram dos artesãos a explicação sobre as matérias-primas utilizadas e a forma como trabalham, nomeadamente as técnicas empregues, que se mantêm praticamente inalteradas desde há mais de um século, por via de um conhecimento e experiência que passou de geração em geração.

A Câmara Municipal de Baião, em articulação com a entidade formadora CEARTE – Centro de Formação Profissional do Artesanato, promoveu, em 2022, cursos de formação para 19 formandos, no sentido de que a arte de confeção das Bengalas de Gestaçô se mantenha viva.  

 

CANDIDATURA DAS CESTAS DE FRENDE EM ESTUDO

Aquando da vinda dos técnicos da DGPC a Baião para visitarem as oficinas dos artesãos das Bengalas, a convite da vereadora da Cultura, foi feita também uma visita às artesãs das Cestas de Frende, outro produto artesanal de referência do concelho. Esta visita fez parte da estratégia tendente à sua classificação, já definida, cuja prossecução se encontra em fase de elaboração de estudos.

 

PATRIMÓNIO IMATERIAL NACIONAL

Em 2003, na 32ª Conferência Geral das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, foi aprovada a Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial.

De acordo com a Convenção, consideram-se Património Cultural Imaterial, as práticas, representações, expressões, conhecimentos e aptidões – bem como os instrumentos, objetos, artefactos e espaços culturais que lhes estão associados – que as comunidades, os grupos e, sendo o caso, os indivíduos reconheçam como fazendo parte integrante do seu património cultural.

Esse património cultural imaterial, transmitido de geração em geração, é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função do seu meio, da sua interação com a natureza e da sua história, incutindo-lhes um sentimento de identidade e de continuidade, contribuindo, desse modo, para a promoção do respeito pela diversidade cultural e pela criatividade humana.