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BAIÃO CANAL - Jornal

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Baião | Tomada de posse dos eleitos para o mandato autárquico 2021/2025

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Sob guarda de honra  dos Bombeiros Voluntários de Baião e dos Bombeiros Voluntários de Santa Marinha do Zêzere...

Tomaram posse; Paulo Pereira (segundo mandato como presidente de câmara) e os vereadores do PS: Filipe Fonseca, Anabela Cardoso, Henrique Gaspar, José Lima, Paulo Portela e Célia Azevedo do PSD.

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Tomaram ainda posse os novos membros da Assembleia Municipal: 

Armando Fonseca, Cláudia Madureira, Manuela Miranda, Paulo Ferraz, Ana Raquel Azevedo, Ana Marta Silva, Fernando Pereira, António Carvalho, Carminda Monteiro, António Magalhães, Rui Pedro Pinto, Maria Neli Mota, José Matos Teixeira, Francisca Pinheiro Guedes, Ademar Rodrigues, Cristina Sequeira, Luís Teixeira, José Magalhães, Manuel Monteiro, Nuno Sá Costa e Isabel Ferreira.
Integram este órgão os 14 presidentes de Junta do concelho: Daniel Guedes (Ancede e Ribadouro), David Monteiro (Campelo e Ovil), Rui Monteiro (Frende), António Bento (Gestaçô), Paulo Eurico Moreira (Gôve), Joaquim Pereira (Grilo), António José Fonseca (Loivos da Ribeira e Tresouras), Luís Pereira (Loivos do Monte), António Vieira (Santa Cruz do Douro e São Tomé de Covelas), Luís Miguel Pereira (Santa Leocádia e Mesquinhata), Manuel Pereira (Santa Marinha do Zêzere), António Jorge Rodrigues (Teixeira e Teixeiró), António Carneiro (Valadares) e André Ribeiro (Viariz).

 

 

Rita Diogo | Dia Mundial da Saúde Mental

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10 de outubro – Dia Mundial da Saúde Mental

No passado dia 10 de outubro foi assinalado o Dia Mundial da Saúde Mental. Sabemos bem que a saúde é bem mais do que a ausência de doença e que não existe saúde sem saúde mental. Chavões como estes são repetidos, boa vontade é apregoada, fala-se em promoção da saúde mental e em literacia em saúde mental. Até no Plano de Recuperação e Resiliência se propõe concluir a reforma da saúde mental com uma verba de 85 milhões de euros! Apesar disto, os números referentes à doença mental continuam assustadores. A doença mental persiste escondida no universo de quem padece e dos mais próximos. Continua-se à espera que passe, que não deixe sequelas e que por milagre se acorde bem no dia seguinte.

Numa publicação da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, são referidos números bem preocupantes.

No mundo:
• 12% das doenças em todo o mundo são do foro mental, valor que sobe para os 23% nos países desenvolvidos.
• As perturbações por depressão são a terceira causa de carga global de doença (primeira nos países desenvolvidos), estando previsto que passem a ser a primeira causa a nível mundial em 2030, com agravamento provável das taxas correlatas de suicídio e parasuicídio.
• Cinco das dez principais causas de incapacidade e de dependência psicossocial são doenças neuropsiquiátricas: depressão (11,8%), problemas ligados ao álcool (3,3%), esquizofrenia (2,8%), perturbação bipolar (2,4%) e demência (1,6%).
• Apenas um quarto dos doentes com perturbações mentais recebe tratamento e só 10% têm tratamento considerado adequado.
• As doenças e as perturbações mentais tornaram-se, nos últimos anos, na principal causa de incapacidade e numa das principais causas de morbilidade nas sociedades.

Em Portugal
• Mais de um quinto dos portugueses sofre de uma perturbação psiquiátrica (22,9%).
• Portugal é o segundo país com a mais elevada prevalência de doenças psiquiátricas da Europa, sendo apenas ultrapassado pela Irlanda do Norte (23,1%).
• Entre as perturbações psiquiátricas, as perturbações de ansiedade são as que apresentam uma prevalência mais elevada (16,5%), seguidas pelas perturbações do humor, com uma prevalência de 7,9%.
• As perturbações mentais e do comportamento representam 11,8% da carga global das doenças em Portugal, mais do que as doenças oncológicas (10,4%) e apenas ultrapassadas pelas doenças cérebro-cardiovasculares (13,7%).

Surpreendidos? Acredito que sim!

Apesar destes números, o Plano Nacional de Saúde Mental não teve a repercussão desejada no acesso das pessoas às respostas na área da saúde mental, sendo parcos os recursos humanos e comunitários para intervir na doença mental. Os recursos humanos em saúde mental têm uma distribuição muito assimétrica, com escassez de pessoal particularmente acentuada em algumas regiões do país, sobretudo profissionais não-médicos, essenciais à constituição das equipas multidisciplinares em saúde mental. Se não forem alocados os necessários recursos humanos e financeiros para a concretização da prestação de cuidados de saúde mental na comunidade, esta pode estar ameaçada. As dificuldades de articulação entre os serviços de saúde mental e os cuidados de saúde primários ainda são uma realidade, dificultando a referenciação. A prestação de cuidados continuados em saúde mental ainda é muito limitada e assimétrica, sendo necessário expandir rapidamente as respostas nesta área, orientadas pelos princípios da universalidade e equidade.
Embora os problemas de saúde mental afetem várias áreas da vida pessoal, familiar e profissional das pessoas e a pandemia tenha chamado a atenção para a necessidade de investir seriamente na promoção da saúde mental, em Portugal, sofrer de uma doença mental ainda está associado a um forte estigma e discriminação, presente em todas as esferas da sociedade. Este estigma e discriminação contribui para que as pessoas não recorram ao tratamento de que necessitam. O estigma surge associado a crenças erradas sobre a saúde e a doença mental e assenta, muitas vezes, na perspetiva de considerar a doença mental como uma fraqueza de carácter. Em algumas situações, o maior estigma é aquele que cada um impõe a si próprio, tendo vergonha e sentindo-se culpado. Encontrar alguém na sala de espera de um consultório de psicologia ainda é muito embaraçoso! Ainda se vem a uma consulta de psicologia em segredo, para que não se saiba.

A dor psicológica tem inúmeras linguagens e expressões, o sofrimento não é sentido nem vivido da mesma forma por todas as pessoas, o adoecer psicológico é interno mas tem inúmeras vezes manifestações externas. Falemos de saúde e de doença mental tal como falamos da saúde e doença física. Que o assinalar deste dia, seja mais do que tem sido, que seja uma oportunidade para combater este estigma e ao preconceito, que seja um momento para se reivindicar um maior investimento, com menos assimetrias territoriais potenciando o acesso aos cuidados necessários com equidade e justiça social.

Rita Diogo (Psicóloga especialista em Psicologia e da saúde)