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BAIÃO CANAL - Jornal

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SOCIEDADE E CULTURA |Eduardo Roseira | Já não há milagre…!...?...

eduardo roseira

- “Ho, menino, já não há milagre que nos valha!” – disse-me uma velhota (da minha idade), a Dona Glórinha, boa e simples senhora que não falta a uma missa e que todos os anos vai em peregrinação a Fátima, de autocarro, pois que a pé já não vai lá devido às maleitas do esqueleto.

E realmente a crente senhora tem razão, isto porque após o “milagre português” de 2020, fomos todos para as praias no Verão, depois foram as “aberturas” durante as festas Natalícias, e como se tudo isto não bastasse, somaram-se as “facilidades” de entradas e saídas nas fronteiras, especialmente a falta de controle nos aeroportos, onde entrava toda a gente sem verificação àquilo que deveria ter sido regra, (leia-se imposição), a fim de saber quem tinha realizado o teste e obrigar a quem não o tivesse a fazê-lo…e foi assim que o dito “milagre” se esvaiu e estamos como estamos, chegando ao ponto de já nem nos valer deitar as mãos à cabeça, por ser perda de tempo e de nada adiantar.
Agora renovam-se os apelos ao povo para ficar em casa e de ter que aplicar coimas aos incumpridores, (talvez para ajudar as mais que depauperadas economias estatais). Eu, apoio o apelo para evitarmos as saídas desnecessárias e nalguns casos abusivas e também as coimas, contudo acho que há falta de verdadeira fiscalização, a qual começa por colocar as forças policiais a mandar parar os autocarros, metropolitanos, comboios e pedir a TODOS os que neles viajam as devidas justificações do porquê das suas deslocações, nem que seja necessário o apoio das Forças Armadas.
No meu caso particular, tenho cumprido e nos últimos quinze dias saí três vezes de casa, a saber: - Uma ida ao Centro de Saúde; uma para fazer análises, ambas de rotina e outra para as chamadas “compras do mês” num Supermercado, no qual dei conta que por lá andavam alguns/algumas “artistas” de idade avançada com o ar de quem anda calmamente a ver montras, isto tendo em conta a forma como andavam a olhar para as prateleiras e em modo de passeio, sem lista na mão e quaisquer saco de compras, nem cesta e muito menos carrinho.
Ainda relativamente às compras, registei tal como no ano passado, que os preços tem sofrido aumentos consecutivos que se agravam em tempos de confinamento, em produtos que aparecem mais caros entre os 5, 10, 20 cêntimos, especialmente nos de preços mais baratos e de maior procura…Aqui também as autoridades deviam fiscalizar melhor, para que certos “abutres” não se aproveitem dos que menos possibilidades económicas possuem e que em tempos de famílias completas estarem confinadas, logicamente que gastam mais em alimentação.
Por último e sabendo que na melhor das hipóteses vamos viver em confinamento até ao fim do mês de Março, só temos que nos esforçar e vamos todos ser, crentes ou não, os “milagreiros”, começando por cumprir as regras do ficar em casa, manter o distanciamento e usar a máscara, devidamente colocada e sempre. Tudo isto por nós e pelos outros, porque só assim é que conseguimos que haja novo “milagre”!
Quanto mais não seja para contrariar a crente Dona Glória que já não acredita em milagres.
 
Eduardo Roseira
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