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BAIÃO CANAL - Jornal

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Jaime Froufe Andrade | Histórias avulso | Onde é a festa, rapaz?

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Onde é a festa, rapaz?

Hoje, vou pelo lado das chamadas expressões coloquiais. São incontáveis, e todas têm, obviamente, as suas diferenças. Em termos de longevidade, há aquelas que vazam o tempo, acompanham-nos ao longo da vida. São o caso, por exemplo, do estar à rasca, ou ficar com os cabelos em pé. Outras não resistem à passagem dos anos. Desaparecem da gíria ou sobrevivem apenas na fala dos mais idosos. Quem disser a um neto que fulano é um pipi da tabela, ele, certamente, não entenderá. 

Usadas na conversa informal, de grande utilidade prática, as expressões coloquiais polarizam as palavras, no seio do discurso. Constituem património que todos usamos, no dia-a-dia.

Trago dos fundões da infância uma expressão coloquial fabulosa. Surpreendente o facto de só a ter ouvido uma única vez na vida. Mas não mais a esqueci. Tratando-se de uma pérola, justifica desenvolvimento.

A família, pais, avós, tios, netos, aproveitou aquele domingo solarengo para um piquenique. Escolhida uma clareira num pinhal fora da cidade, ao fim da manhã estávamos já preparados para o arroz de bacalhau, pataniscas, vinho, limonada para os miúdos… 

Em cima do meio-dia rebentou um grande foguetório. Estávamos em Agosto… A corricar por um carreiro do pinhal, surgiu, esbaforido, um fedelho, mais ou menos da minha idade. Um dos tios, pessoa com o desastrado hábito de se meter com a canalha, saiu-lhe ao caminho. 

Em tom impertinente, ríspido para o intimidar, pergunta-lhe: Onde é a festa, rapaz….? 

O fedelho foi competente na resposta: Em São Salamerda Mastiga...

Jaime Foufe Andrade