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BAIÃO CANAL - Jornal

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Cantinho do leitor | "Um eucalipto chamado Lisboa!

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Tenho, nos últimos dias, assistido, incrédulo, à passividade com que a os meios de comunicação social local, a sociedade civil em geral, a ilustre população de Baião e sobretudo a própria Edilidade! Relativamente , a meu ver à escandalosa, decisão de transladar os restos mortais do escritor Eça de Queiróz para o Panteão Nacional. Porque não pode uma grandiosa personalidade repousar no interior do país? Custa-me crer na subserviência de toda uma comunidade ao centralismo da Capital que, qual eucalipto de raízes tentaculares, tudo seca em redor. Não tendo nascido em Baião, aqui é o berço da minha orgulhosa herança familiar, local que visito assiduamente quer para lazer, quer para visita a familiares. Ainda recentemente visitei a Casa de Tormes e o túmulo do escritor. Sei que muitos turistas, sobretudo estrangeiros, fazem-no apeando-se na Estação de Aregos, percorrem o caminho de Jacinto rumo à Fundação Eça de Queiróz para depois prestar homenagem ao autor de A Cidade e as Serras, na sua última morada, em Santa Cruz do Douro, onde está sepultado desde 1989. Limitadas são as mentes que não entendem que a reboque destes atrativos e outros do vastíssimo Património que a região tem para oferecer vem a dinamização do comércio local, tão necessário como o pão para a boca.Transtorna-me, portanto a aceitação pacífica deste atentado. Desta afronta do gigante Golias ao pequeno David. Resta-nos, portanto, o direito à indignação. A condenação veemente desta subtração. Tomemos medidas claras e efetivas que espelhem o nosso descontentamento, que possam impedir este acto hediondo. Manifestemo-nos. Amarraremo-nos ao que nos pertence, literalmente a cadeado, se for necessário. Insurjamo-nos! Os nossos filhos, certamente, ficarão orgulhosos de nós.

Jorge Oliveira - Rio Tinto