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BAIÃO CANAL - Jornal

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BALANÇO 2022: MENOS ACIDENTES, MENOS VÍTIMAS MORTAIS E MENOS FERIDOS FACE A 2019

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Em 2022, registaram-se no Continente e nas Regiões Autónomas 34.275 acidentes com vítimas, 473 vítimas mortais, 2.436 feridos graves e 40.123 feridos leves.
Em relação a 20191 , ano que a Comissão Europeia considerou como o ano base de referência para efeitos da avaliação da evolução da sinistralidade rodoviária durante a presente década2 , critério que também foi adotado em Portugal, registaram-se menos 2.976 acidentes (-8,0%), menos 47 vítimas mortais (-9,0%), menos 96 feridos graves (-3,8%) e menos 4.830 feridos leves (-10,7%).
No Continente, em 2022 registaram-se 32.788 acidentes com vítimas, dos quais resultaram 462 vítimas mortais, 2.243 feridos graves e 38.456 feridos leves.
• Comparativamente a 2019, os principais indicadores de sinistralidade no Continente
apresentaram resultados decrescentes: menos 2.916 acidentes (-8,2%) menos 12 vítimas
mortais (-2,5%), menos 58 feridos graves (-2,5%) e menos 4.746 nos feridos leves (-11,0%).
• Face ao período homólogo de 2021, ano em que ainda se verificaram quebras na circulação
rodoviária face a 2019, num contexto de pandemia, observaram-se aumentos em todos os
principais indicadores no Continente: mais 3.571 acidentes (+12,2%), mais 72 vítimas
mortais (+18,5%), mais 137 feridos graves (+6,5%) e mais 4.239 feridos leves (+12,4%),
devido, essencialmente, ao agravamento da sinistralidade verificado nos primeiros meses
do ano de 2022, que foram os meses em que se verificou um maior aumento de circulação
rodoviária face a 2021:
o de acordo com dados da Direção-Geral de Energia e Geologia3
, nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2022 verificaram-se os aumentos mais significativos da venda de combustíveis rodoviários, em termos de variação homóloga mensal: +21,9%, +32,2% e +30,3%, respetivamente.
o de acordo com resultados disponibilizados pelo Instituto da Mobilidade e dos
Transportes, IP, foram também nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2022 que
se verificaram aumentos mais expressivos do tráfego médio diário na Rede Nacional
de Autoestradas (RNA): +44,2%, +77,3% e +43,0%, respetivamente.
1 Considerando que os anos de 2020 e de 2021 registaram quebras significativas da circulação rodoviária face a 2019 e, consequentemente, na sinistralidade, a Comissão Europeia decidiu adotar este ano para fixação e monitorização das metas a atingir em 2030. 2 As referidas metas definidas pela Comissão Europeia são respeitantes a vítimas mortais a 30 dias e a feridos graves de acordo com classificação MAIS 3+ (escala de diagnóstico médico Maximum Abbreviated Injury Scale, severidade 3 ou superior), sendo de atender à diferente metodologia aplicada no presente relatório, ou seja, vítimas apuradas pelo critério de 24 horas. 3 https://www.dgeg.gov.pt/pt/estatistica/energia/petroleo-e-derivados/vendas-mensais/
• A colisão foi a natureza de acidente mais frequente (51,9% dos acidentes), com 39,8% das
vítimas mortais e 43,8% dos feridos graves. Os despistes, que representaram 34,5% do total
de acidentes, corresponderam à principal natureza de acidente na origem das vítimas
mortais (45,2%).
• A maioria das vítimas mortais (53,2%) registou-se na sequência de acidentes ocorridos fora
das localidades, com um crescimento de 40,6%, ainda que estes acidentes tenham
representado apenas 22,0% do total. O índice de gravidade dos acidentes registados fora
das localidades ascendeu a 3,42, com significativo agravamento face a 2021 (2,93), e mais
de quatro vezes superior ao registado dentro das localidades que se situou em 0,84, embora
inferior ao do ano anterior (0,92).
• Quanto ao tipo de via, 62,7% dos acidentes ocorreram em arruamentos, provocando 31,8%
das vítimas mortais (+17,6% face a 2021) e 45,8% dos feridos graves (+9,2% face a 2021).
Nas Estradas Nacionais, embora apenas tenham ocorrido 19,2% dos acidentes, foi onde se
registou o maior número de vítimas mortais (148, 32,0%), um acréscimo de 8,8% face a
2021, e 29,0% dos feridos graves (+5,9% face a 2021). Nas autoestradas, o crescimento de
16,3% no tráfego teve por consequência os aumentos de 22,3% no número de acidentes e
de 48,5% no número de vítimas mortais face a 2021.
• No que respeita à categoria de utente, 66,5% do total das vítimas mortais eram condutores,
18,4% passageiros e 15,2% peões. Comparativamente a 2021, verificou-se um crescimento
do número de vítimas mortais, em todas as categorias de utentes, destacando-se o aumento
de 56 para 85 nos passageiros mortos (+51,8%). Relativamente aos feridos graves, o
aumento mais significativo ocorreu também nos passageiros (+16,9% face a 2021). Os peões
registaram aumentos de 37,3% nas vítimas mortais e de 8,9% nos feridos graves face ao ano
anterior.
• Em relação à categoria de veículo interveniente nos acidentes, 72,0% do total envolveram
veículos ligeiros, o que representou um aumento de 11,2% relativamente a 2021, sendo
ainda de referir as subidas verificadas nos motociclos (+14,6%) e nos veículos pesados
(+12,3%). Inversamente, registou-se uma menor intervenção nos acidentes por parte de
veículos agrícolas (-13,9%) e de ciclomotores (-2,0%).
• Considerando as vítimas por categoria de veículo em 2022 verificou-se que 55,1% do total
de vítimas deslocava-se num veículo ligeiro (+11,6% face a 2021), enquanto 19,2% circulava
em motociclos (+14,6% face a 2021) e 7,0% em velocípedes (+7,9%). De destacar ainda a
subida de 22,1% das vítimas em veículos pesados, face a 2021. Relativamente a vítimas
mortais, é de assinalar as reduções de 17,4% dos utilizadores de velocípedes e de 21,4% nos
veículos agrícolas.
• Em 2022, 51,3% do número de vítimas mortais registou-se na rede rodoviária sob a
responsabilidade das seguintes Entidades Gestoras de Via: Infraestruturas de Portugal
(43,7%), Brisa (5,8%) e Ascendi (1,7%).
Quanto à fiscalização de veículos e condutores, bem como processos contraordenacionais,
salienta-se:
• Em 2022 foram fiscalizados mais de 131 milhões de veículos, quer presencialmente, quer
através de meios de fiscalização automática, tendo-se verificado um aumento de 6,1%, face a
2021. Esta variação deve-se ao crescimento de 8,5% no sistema de radares SINCRO gerido
pela ANSR, tendo a GNR, a PSP e a PML registado decréscimos de 10,3%, 12,7% e 34,1%,
respetivamente.
• Foram registadas quase um milhão e meio de infrações, o que representa um acréscimo de
23,0% face a 2021.
• A taxa de infração (n.º de infrações/n.º de veículos fiscalizados) foi de 0,93%, um aumento
de 1,1% face à taxa de 0,92% registada em 2021.
• Relativamente à tipologia de infrações, 59,2% do total registado em 2022 foi referente a
excesso de velocidade, o que correspondeu a um aumento de 25,5% face a 2021, valor
influenciado pela queda acentuada registada em 2021. De forma inversa, registou-se uma
diminuição nas infrações relativas ao manuseamento do telemóvel (-15,2%), à não utilização
do cinto de segurança (-12,7%) e à não utilização de sistemas de retenção para crianças (-
11,6%). Contudo, a condução sob efeito de álcool evidenciou um aumento expressivo
(+27,7%), influenciado pelas quedas consecutivas registadas em 2020 e 2021 face a 2019.
• Quanto ao excesso de velocidade, a taxa de infração (n.º de infrações de velocidade/ n.º de
veículos fiscalizados) diminuiu 8,6%, de 0,53% em 2021 para 0,48% em 2022.
• Relativamente à condução sob o efeito do álcool, em 2022 foram submetidos ao teste de
pesquisa de álcool 1,8 milhão de condutores, o que representa um aumento de 7,4%
comparativamente a 2021. A taxa de infração (n.º de infrações por álcool/ n.º de testes
efetuados) subiu de 1,6% em 2021 para 1,9% em 2022.
• A criminalidade rodoviária, medida em número total de detenções, aumentou 22,1% por
comparação com 2021, atingindo mais de 32 mil condutores. Do total, 54,1% deveu-se à
condução sob o efeito do álcool (+41,0%), seguindo-se 34,0% por falta de habilitação legal
para conduzir (+1,9%).
• Desde a entrada em vigor do sistema de carta por pontos, em junho de 2016 e até ao final
de 2022 foram subtraídos pontos a quase 518 mil condutores, valor que ultrapassa em 18%
o apurado em dezembro de 2021.
• Também até ao final de 2022, 2.410 condutores ficaram com o seu título de condução
cassado, desde a entrada em vigor do sistema de carta por pontos, número 33% superior ao
apurado em dezembro de 2021.
O relatório de sinistralidade e fiscalização rodoviária relativo ao ano de 2022, divulgado hoje
pela ANSR, pode ser consultado no site da ANSR (www.ansr.pt).