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BAIÃO CANAL - Jornal

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Francisco Chico da Emilinha | A BI que é ÓPSIA , mas é só uma

Roubado, pelo diretor do Baião canal, a um bom amigo Chico da Emilinha

chico da emilinha

8 h da manhã, um chã e umas Marias à maneira.

12 h, no depósito de doenças, dão-me uma cama, pelo menos disseram-me ;
- ESTA CAMA É SUA ! ( usei-a e deixei-a lá, pode alguém precisar)
Deram-me uma Farda e um Robe, dando-me indicações de esperar por quem me viria buscar
14 h  um casal de Bombeiros na enfermaria de 8 camas, diz alto o meu nome, pergunta-me umas coisitas, pra confirmar que era eu, como se alguém naquela sala, estivesse na disposição de ir fazer o que me iam fazer a mim.
Sigo o par Bombeiral e entro num TI NÓ NI, onde já estava uma senhora, era a minha companheira de viagem, ia fazer o mesmo que eu, lá seguimos em direcção ao PONTO L de laboratório
Aqui e novamente, pelo que respondi , verificaram que era mesmo eu, mesmo não me conhecendo de nenhum lado, nem tivessem sequer uma foto minha. Há pois mas já tinha uma pulseira, como nome idade e mais umas merdas, mas deram-me outra, ainda perguntei à menina se só podia tirar quando tomasse banho, delicadamente disse-me que podia tirar mal dali saísse.
Entretanto só ouvia a menina da recepção dizer para a colega AMANHÃ VOU DE FÉRIAS, AMANHÃ VOU DE FÉRIAS…..
Entra um LINGRINHAS, que disse boa tarde baixinho, vim a dar por ela que era PROFESSOR e seria quem me enfiaria uns tubos pela goela abaixo.
Nesta como noutras coisas o tempo para mim não conta, são merdas que tem de se fazer e tem, quando e se acabar, penso no tempo e oxalá não chova, mas se chover também não faz mal.
Um cubículo pequeno, duas cadeiras, média luz, uma marquesa larga, uma senhora bem apessoada de verde vestida ( bata), faz-me uma série de perguntas, enquanto me manda tirar o Robe, e eu já sem pensar em biopsias, quando ela estraga o ambiente todo, com um :
- Tem prótese dentária ?
Tenho, tenho. Então deixe-a aí em cima desse papel e cubra-a com o que está ao lado e faça o favor de entrar, metendo-me assim dentro do local criado para o sacrifício do cordeiro.
Aqui sim, luz clarinha por todo o lado, máquinas como nos filmes e sempre, sempre a marquesa, onde um senhora de verde me manda sentar, ficando ali ao meu lado, mas numa cadeira – ainda bem.
Abeira-se de mim o tal LINGRINHAS que tinha visto entrar à pouco, mas agora equipado à maneira, senta-se e pergunta-me logo, se sou sempre assim de gostar de brincar, ao que respondo que sim Sr. Dr., mas não estou a perceber?
É que juntamente com o relatório de tudo o que tem e não quereria, mais a medicação que toma, também li o que escreveu no termo de responsabilidade.
Bem Sr Dr, acho que escrevi antes de assinar – Percebi tudo perfeitamente, concordando que se algo correr mal será de minha inteira responsabilidade - - Aquela parte de que PERCEBI TUDO PERFEITAMENTE – foi mesmo na brincadeira, pois em boa verdade NÃO PERCEBI MESMO NADINHA, mas o restante era mesmo a sério.
Aqui a senhora de verde que estava ao lado, diz-me que não é Snr Dr, mas PROFESSOR !
Ao que respondi – Muito GOSTO SENHOR PROFESSOR eu sou Contabilista Certificado, desiludido com tudo o que acontece e me obrigavam a fazer, desisti de os aturar.
Aqui comecei a perceber porque estou há quatro meses à espera para fazer este exame, que diabo ia ser feito por um Exmº Sr. Professor Doutor, compreende-se, pois não há muitos.
O HOMEM, que já desde o início estava com um ar de riso, que não soube identificar se era de boa disposição ou de, espera aí que eu já te fodo , diz-me que são obrigados a dar a assinar aquele termo de responsabilidade, que tem efectivamente muitas páginas, mas tem de ser assim, pois é obrigatório, será mais ou menos como as apólices de seguro pensei eu, mas o HOMEM descansou-me pois a responsabilidade deles nunca por nunca estaria isenta de culpas ( que caralho e eu que me foda ), mas entretanto pergunta-me se tenho prótese dentária, ao que respondo que a Senhora enfermeira de verde, no cubículo anterior me tinha dito para a tirar e pousar num papel e tapá-la com outro.
Logo a – esverdeada – se fez novamente ouvir:
- Não é uma enfermeira, mas sim uma Senhora Doutora !
- Queira desculpar, mas não lhe olhei para o PEITO !
Como a mulher fizesse uma carantonha esquisita, apressei-me a dizer:
- Não reparei no crachá, desculpe!
E o LINGRINHAS a sorrir… diz à Senhora Esverdeada
( mudaram os tempos, ou agora não se engraxam os sapatos, ou os engraxadores andam com uma farda, que pode ser verde ou de outra qualquer cor )
- Ponha o spry no rapaz!
Abri a boca e à primeira esguichadela, fiz PRRRRRRRRR, e à pergunta da esverdeada do que se passava , respondi - - - num presta!
O COMANDANTE diz-me para colocar um tubo na boca, era maior do que um cigarro e mais pequeno do que um gelado e para trincar…. Mas Sr. Professor eu não tenho dentes, vou trincar como? Não tem em cima ou em baixo ? Em baixo ! Melhor dá mais jeito ainda.
NÃO ME LEMBRO DE MAIS NADA…..
Quando acordei o Sr. Professor pediu-me para me sentar; agora levante-se, dê uns passitos.. Abanei …
Veio a Sr. Drª que pensava ser enfermeira e meteu-me o braço, que de imediato me espevitou, fruto do sentir depravado, do sítio onde estava preso o crachá,- -- estou-me a armar, pois nem tal me passou pelo pensar – conduziu-me para o tal cubículo, ajudou-me a vestir o Robe, disse-lhe que já estava bem, acompanhou-me ( agora sem me meter o braço ) até ao hall da entrada, onde já estava a minha companheira de viagem na ambulância, lá me alapei e ficamos a aguardar que nos viessem buscar.
A minha companheira de andanças, diz que já tinham passado duas horas e meia, não acho disse eu, ai passaram, passaram, que eu vi as horas na televisão, quando chegamos e agora.
Pode ser minha Senhora mas olhe que eu lembro-me perfeitamente de ter entrado, como me lembro muito bem de ter saído e é impossível que entre uma coisa e outra passassem duas horas e meia….
Coitada devia ser da anestesia geral, não percebeu a brincadeira e lá fui eu a ter que dizer, não dei por ela, deve ter sido da anestesia.
Não demorou chegaram os SOLDADOS DA PAZ - - uma era SOLDADA he he lá se foi o acordo ortográfico, ou então apareceu algum serralheiro com ferro de soldar he he he
Na viagem o condutor de vez em quando começava a contar alto
11 -10-9-8-7-6……… passado mais um bocado e igual cantilena, enquanto a BOMBEIRA se ria.
Na próxima contagem, tirei o cinto de segurança, espreitei pelo vidro e dei por ela que era o gajo a contar o tempo que faltava para o sinal mudar para verde.
Chegados à base o Bombeiral deixou a malta no sítio, foi aí que reparei que a enfermaria era de oito camas e eu era o SÉTIMO, lembrei-me me que o SETE era um número fixe, nas ciências dos astros e inclusive da Bíblia e por falar em Bíblia, naqueles idos tempos o número sete tinha um TRAÇO a meio, aliás e leões, só assim é possível a teoria dos ângulos que dão o nome aos números, mas se reparem bem agora isso não se usa ( 7) foi-se o traço, mas dantes tinha traço pois o criador pediu a Moisés para repetir o sétimo mandamento
– NÃO COBIÇARÁS A MULHER DO ALHEIO – VAI daí o Criador grita :
CORTA!
Explicado o traço no sete, mais tarde foi trocado e definitivamente escrita a Tábua dos Mandamentos, sendo o SETE a ser um outro.
-- - - -
O serviço daquela gente foi impecável, só não gostei nadinha é que cada vez que se chegavam a mim era sempre a a mesma merda:
- Ora vamos lá à injecção na Barriguita !
Ma para que é isso Querida ?
- O senhor não é diabético ? Não, Não, ainda não! ! ! ! .
Fui para a uma enfermaria em que estavam os gajos todos paridos e como se não chegasse eram diabéticos.
Não me deixaram comer, ficava para o outro dia ao almoço se desse para isso.
De manhã um pão com manteiga e chã, MAI NÉRIA. e já lá iam mais de 10 horas.
Devo dizer que nunca – além da tensão e medida de temperatura, nada mais me foi feito.
MAS E A NOITE….. AI A NOITE
Se um gemia AI, outro era ÓÓ, outro chamava pela Mãe e um era mesmo estranho, há uf ui, ah ui ui …., levantei-me e pela luz de presença, foi-me permitido verificar que o homem estava sozinho na caminha, mas sonhar ainda não deve ser proibido.
FOLEIRO – Era que se um gajo tocar a campainha, aquela merda fica a tocar, até chegar a enfermeira, que ao tocar num botão vermelho na parede, diz:
QUEM CHAMOU !
Ora foda-se estava um atrapalhado e acordava toda a malta, mas note-se que este hospital tem sofrido muitas alterações e está muito bem equipado, Roma e Pavia não se fizeram num dia.
Ao meio dia foi-me dada ordem para comer, mamei a sopa, que ainda por cima era de brócolos e eu não gosto mas estava com uma galga, um pão e conduto coma o cão, era polvo – ou pota – mas parecia borracha, ficou direitinho, mais as vagens e o arroz.
Vim embora ás 14 H e à pianha, já com as cartas para o médico assistente, uma para mim, outra para o médico de família e uma capa com o relatório do LINGRINHAS ( BOA PESSOA), diz que tem uma merda qualquer de 13 por 15 mm que tem um nome esquisito, ainda estive para ir verificar à net o que aquelas merdas queriam dizer, mas às tantas ainda fico doente, que se foda prefiro esperar pela consulta do dia 27 deste mês e o rapaz que estudou estas merdas dirá de maneira que eu entenda, disso me encarregarei eu, se ele se puser com merdas .